José Gavino, head of Portugal da CORUM Investments, comenta as mudanças que se têm visto no imobiliário comercial e a importância do investimento nestes ativos para diversificação da carteira.
TRIBUNA de José Gavino, head of Portugal, CORUM Investments.
Numa altura de grande volatilidade onde certamente teremos gráficos interessantes do DAX, do WTI ou do Ouro quero deixar-vos um gráfico sobre imobiliário comercial – mais concretamente de escritórios.
O Real Estate Market Outlook 2022 da CBRE mostra a intenções das empresas quanto ao futuro dos seus escritórios. Adicionalmente a Moody’s diz-nos que até 2030 as empresas vão precisar globalmente de mais 10% dos m2 de área de escritórios. As razões são várias. Se o trabalho flexível é uma realidade que se manterá para cerca de 79% das empresas, também é verdade que a maior preponderância para o trabalho presencial é notória para metade das empresas. Esta necessidade de compatibilizar trabalho presencial com remoto, está a traduzir-se numa reorganização dos espaços de escritórios, com mais necessidade de espaços para a realização de reuniões híbridas, que não são compatíveis com os atuais open spaces, aumentando por isso os espaços destinados a salas e phone booths.
A requalificação dos espaços, de modo a manter o espírito de equipa e a cultura organizacional é outro dos fatores que as empresas estão a implementar, mantendo desta forma o trabalho colaborativo. Os escritórios tendem a transformar-se em espaços mais atrativos, com predominância para zonas de lazer, fazendo da experiência presencial um fator de motivação para os colaboradores.
Apesar das incertezas que sentimos em 2020 e 2021 no que diz respeito a este subsetor do imobiliário, a verdade é que, numa ótica de investimento de longo prazo, a estratégia não perdeu valor. A partir do momento em que uma carteira tem contratos de arrendamento em escritórios com mais 8 anos, como é o caso dos fundos CORUM, não estamos dependentes dos ciclos, mas vamos aproveitá-los.
O imobiliário comercial, na ótica de rendimento, provou em 2020, 2021 e já em 2022 uma relevante descorrelação com o mercado, importantíssima uma carteira diversificada de longo prazo. Não estamos a falar de exposição ao imobiliário através um índice, um conjunto de empresas ligadas ao imobiliário ou um REIT cotado. Falamos de ativos reais, que estão na economia real ajudando as empresas a focar o Capital no seu core business e não em Real Estate.