O Chart of the Week é da autoria de Luís Marinho, gestor de carteiras na Fidelidade.
Em jeito de retrospetiva, mas tentando desde já perceber o ponto de partida para 2022, gostaria de destacar o gráfico de recordes de fecho diário do S&P 500.
Mais do que uma tempestade perfeita alimentada por políticas de estímulo à economia, poupanças disponíveis e uma nova vaga de investidores, foi o sentimento de risk on pautado por um inabalável ímpeto otimista que marcou o andamento do S&P 500 em 2021.
Neste ano, em que o índice acumulou um ganho de 28,7%, assistimos a 70 fechos diários em máximos históricos. Marca só ultrapassada em 1995 onde se registaram 77.
Acumular tantos recordes de valorização diários através da consecutiva expansão de múltiplos é muito mais do que simplesmente acreditar na reabertura pujante das economias, nas mais ousadas projeções económicas ou na boa-fé dos banqueiros centrais. É para mim, sinal de uma euforia coletiva de quem não quer perder a festa… a qualquer preço.
Não obstante da distorção causada pelos quatro pesos pesados do índice (Apple, Microsoft, Amazon e Tesla) que hoje em dia perfazem praticamente 19% do seu peso total, valerá a pena referir também, desta vez sob a forma de record absoluto, que todos os setores do S&P 500 fecharam o ano com ganhos superiores a dois dígitos.
