Segundo Fátima Só, gestora da GNB GA, parece existir uma vantagem para o candidato Trump, mas tudo vai depender dos denominados swing states.
O Esta semana vou estar de olho... é da autoria de Fátima Só, gestora da GNB Gestão de Ativos.
O principal evento da semana será nos EUA – as eleições presidenciais norte-americanas de 5 novembro, em que existem muitas dúvidas e poucas certezas. É muito provável que o resultado final demore alguns dias a ser conhecido, devido aos votos por correspondência, prolongando a incerteza até ao final da semana. Segundo as últimas sondagens (Real Clear Politics poll average) e as projeções indicadas pelos sites de apostas, parece existir uma vantagem para o candidato Trump, mas tudo vai depender dos denominados swing states, que serão decisivos para o apuramento do resultado final e onde a eleição deverá ser muito equilibrada – Arizona, Georgia, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia, Michigan e Wisconsin.
Nestas eleições, são relevantes para a economia norte-americana três temas: as tarifas alfandegárias, a imigração e a política fiscal. Quanto às tarifas, importa saber o timing de implementação, a sua dimensão e a que países serão aplicadas, uma vez que a principal consequência será um aumento dos preços dos bens importados (inflação) e a possibilidade de retaliação por parte de alguns parceiros comerciais. Na imigração, se existirem restrições ou mesmo deportações, alguns setores poderão sofrer com falta de trabalhadores. A política fiscal parece ser o fator mais importante, pois os candidatos têm posições diferentes: Trump pretende cortes de impostos, Harris pretende aumentar impostos, embora ambos tenham como objetivo o reforço dos gastos governamentais, com consequências ao nível da taxa de juro e na dívida pública do país.