O contributo desta semana é de Duarte Nunes, do departamento de Recursos – Poupança e Investimento do Santander, que vai estar de olho na decisão da Fed sobre o valor da sua taxa de juro de referência.
(O contributo desta semana é da autoria de Duarte Nunes, do departamento de Recursos – Poupança e Investimento do Santander)
Numa semana em que se espera a decisão da Reserva Federal norte-americana sobre o valor da sua taxa de juro de referência e numa altura em que a política monetária a nível global se está a inverter – de uma contração monetária em algumas economias, para uma expansão monetária generalizada – é difícil desconsiderar este evento.
Com efeito, na quarta-feira, dia 18 de setembro, Jerome Powell, Presidente da Fed, deverá apresentar uma redução dos juros para o intervalo entre 1,75% e 2,00%, pautando assim a segunda descida de 25 pontos base dos juros em 2019. Não é uma garantia, mas é provável, com mais de 40 dos 65 economistas inquiridos pela Bloomberg a apontarem para tal.
Mais interessante, contudo, será tentar depreender, das suas palavras na conferência de imprensa, se as quedas dos juros em 2019 se ficam por aqui ou se serão ainda acumuladas com mais um corte da mesma dimensão. Parece que, este sim, será o “evento” principal do Evento e aquele onde os analistas e investidores estarão mais atentos e, também, onde as surpresas poderão registar maior impacto nos mercados financeiros.
Por outro lado, à data (13 de setembro) a diferença entre a yield das obrigações norte-americanas a 10 e 2 anos encontra-se positiva, ou seja, os juros a 10 anos são superiores aos de 2 anos. Contudo, por breves momentos em agosto a yield curve esteve invertida - a taxa a 10 anos era inferior à de 2 anos. Será interessante verificar se a decisão e o discurso da Fed normalizam a curva, ou se, por outro lado, a deixarão, novamente, invertida.
Fonte: Bloomberg. Dados a 13 de setembro de 2019