Esta semana vou estar de olho… na evolução do take up em escritórios

Luis DIas Square AM
Luís Dias. Créditos: Vítor Duarte.

O Esta semana vou estar de olho… é da autoria de Luís Dias, gestor na Square Asset Management.

O excelente artigo da autoria da CBRE e publicado esta semana, não passou despercebido com certeza a quem anda nesta área do investimento imobiliário.

O mesmo revela a evidente tendência verificada no mercado norte-americano no regresso ao escritório de forma sustentada, em claro contraciclo ao verificado no espaço europeu, e, em particular em Portugal.

De acordo com o mencionado artigo: "65% dos participantes no inquérito Spring 2023 U.S Office Occupiers Sentiment da CBRE afirma que as suas empresas estão a exigir que os empregados regressem ao escritório. Os inquiridos de empresas de serviços financeiros/profissionais lideram a tendência com 71% a afirmar que as suas empresas agora exigem um regresso ao escritório, a maioria das quais estipulou a presença em mais de metade da semana. Por outro lado, 56% dos inquiridos de empresas tecnológicas afirma que as suas empresas exigem o regresso, sendo que a maioria estipula a presença em menos de metade da semana".

O tímido take-up em Lisboa medido no primeiro trimestre deste ano, como exemplo o mês março, cerca de 9.100 m2 coloca esta procura 52% abaixo do verificado no mesmo período do ano anterior evidenciando uma diminuição da atividade.

Este início do ano, ainda que revelando alguma inércia, não demove as principais consultoras de manter a convicção na recuperação dos níveis de ocupação vistos em anos anteriores.

Certamente que os novos hábitos decorrentes do passado recente e uma nova cultura instalada terão o seu contributo para a diminuição da ocupação de alguns espaços, certo também será a falta de oferta adequada a uma procura exigente para a qual nem sempre há soluções disponíveis.

Voltando à evolução americana, e tendo presente que existe sempre um hiato de tempo nos ciclos entre os dois continentes sempre com a Europa como seguidor, será apenas uma questão de tempo para assistirmos à recolocação de forma generalizada dos serviços nos escritórios.

Caberá às empresas não apenas atuar por decreto, mas sim captar o interesse nas pessoas e fazer disso medida de retenção criar espaços de trabalho atrativos, flexíveis que se tornem locais de criação de valor, de crescimento e dinâmica de ideias e até de divertimento.

O escritório é e será sempre o local de oportunidades para as empresas, para as pessoas.