Pedro Mendes, analista no BiG, aponta para a próxima reunião da Fed no dia 12 junho, afirmando que os dados de inflação serão essenciais para direcionar o caminho da política monetária.
O Esta semana vou estar de olho... é da autoria de Pedro Mendes, analista no BiG.
Nas últimas semanas, vários indicadores apontaram para um arrefecimento da economia norte-americana com o PIB do 1ºT a ser revisto em baixa para 1,3% e o setor de manufatura a surpreender pela negativa através do relatório de ISM. No entanto, dados da última semana revelam um setor de serviços forte e um mercado laboral a surpreender pela positiva com novos empregos não-agrícolas a registar o valor de 272 mil quando apenas 180 mil eram estimados, pondo fim aos receios de uma eventual fraqueza neste mercado.
Neste momento, o GDPNow da Reserva Federal de Atlanta, um dos indicadores mais fidedignos do crescimento económico, prevê um crescimento de 2,6% para o 2ºT de 2024, após o crescimento de 1,3% no 1ºT. Assim, parece que a tese de que existirá algum arrefecimento na economia norte-americana vem a perder peso novamente, mostrando este mercado resiliência mais uma vez, e a perspetiva de início de cortes de taxas por parte da Reserva Federal cada vez mais difícil de imaginar.
Na próxima quarta-feira, dia 12 de junho, ocorrerá a reunião da Reserva Federal e, poucas horas antes, é divulgado o registo de inflação do mês de maio. Os membros do banco central norte-americano enfrentam um contexto particular em que o BCE já começou o ciclo de cortes de taxas enquanto o primeiro corte de taxas nos EUA é apenas esperado em novembro.
Estes dados de inflação serão então essenciais para direcionar o caminho de política monetária da Reserva Federal e no desenvolvimento do que tem sido não só a divergência nas economias norte-americana e europeia como, agora, na política monetária dos respetivos bancos centrais.