Esta semana vou estar de olho… na publicação do indicador preliminar PMI da indústria dos EUA

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jerryms, Flickr, Creative Commons

(O contributo desta semana é da autoria de Rui Silva Martins,​ Responsável de Alocação de Ativos, da Caixagest

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Rui Filipe Nunes_CaixagestNo dia 22 de agosto, será publicado o PMI (Purchasing Managers’ Index) preliminar da indústria, calculado pela Markit. Este indicador destaca-se na miríade de dados económicos pela sua relevância para aferir os níveis de atividade, pelas implicações na condução de política monetária e pelo impacto nos mercados financeiros. O protagonismo do mesmo aumentou quando o antigo presidente da Reserva Federal Americana, Alan Greenspan, afirmou que, se estivesse numa ilha deserta e com acesso a apenas um indicador para conduzir a política monetária, escolheria o PMI.

No mês de julho, este indicador para os EUA caiu para o seu nível mais baixo desde setembro de 2009, em resultado de um crescimento mais fraco da produção e da moderação da procura. Também o otimismo dos industriais diminuiu, alcançando o mínimo histórico desta componente. A deterioração da procura e da confiança foi atribuída aos impactos da escalada das tensões comerciais entre os EUA e a China, aos receios sobre um abrandamento da economia e ao aumento dos riscos geopolíticos.

Desta forma, numa envolvente em que a escalada das tensões sino-americanas tem sido o tema do momento, onde inclusivamente a política cambial é já uma “arma” potencialmente considerada, aumentam os receios quanto a um abrandamento significativo da economia global. Pelo que o valor deste indicador poderá permitir avaliar até que ponto a atividade dos EUA está a ser afetada pelo ambiente atual. Um registo inferior a 50 será o primeiro desde 2009, ou seja desde a Grande Crise Financeira, e poderá indiciar uma aceleração do atual abrandamento económico.