Esta semana vou estar de olho no relatório de emprego e nos dados relativos ao setor industrial norte-americano

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(O contributo desta semana é da autoria de Andreia Brito, analista financeira na equipa de Aconselhamento Financeiro do BPI Private)

Esta semana vou estar de olho no relatório de emprego e nos dados relativos ao setor industrial norte-americano, uma vez que a Reserva Federal dos EUA (Fed) tem reiterado que a evolução do contexto macroeconómico ditará as próximas decisões de política monetária da instituição.

A reversão da política monetária da Fed, realizada este ano, para uma política monetária expansionista, tem sido uma das principais justificações para as valorizações dos índices acionistas norte-americanos, que se encontram a negociar em níveis máximos históricos. Desta feita, o relatório de emprego, que será divulgado no final da semana, poderá fornecer importantes indicações que permitam aferir o prolongamento do ciclo de expansão económica, dada a sua relevância para a manutenção de um consumo interno dinâmico. Também relevante para aferir a robustez do consumo, que representa mais de 2/3 do PIB norte-americano, será a divulgação do relatório de compras relativo ao Black Friday e ao Cyber Monday, que poderão dar o mote para o arranque da shopping season.

Apesar do setor industrial representar pouco mais de 10% do PIB norte-americano, a divulgação do indicador avançado de atividade ISM de novembro relativo ao setor industrial norte-americano, e que tem sinalizado um cenário de contração nos últimos três meses, reveste importância face aos receios dos investidores de que possa contaminar as restantes rubricas da economia.   

Finalmente, não vou perder de vista os desenvolvimentos nas negociações comerciais entre os EUA e a China, uma vez que este clima de tensão, que se prolonga há cerca de 2 anos, tem penalizado a confiança dos investidores e tem-se traduzido numa redução e adiamento das decisões de investimento, o que poderá hipotecar o crescimento económico futuro.