O Esta semana vou estar de olho... é da autoria de Francisco Cavaco, analista do BiG Research.
O grande tema de 2021 é o regresso da inflação nos países desenvolvidos, nomeadamente nos EUA. Neste sentido, no dia 10 de dezembro, o mercado terá como foco a divulgação dos dados de inflação referentes à economia norte-americana. Podemos apontar vários fatores à tendência inflacionária que o país tem vivido, como: elevado crescimento da base monetária aliado a uma forte recuperação da procura agregada; subida exacerbada do preço da energia; constrangimentos na cadeia de fornecimentos e comparação direta com preços deprimidos de 2020 - principalmente nos serviços diretamente afetados pela pandemia. Se alguns destes fatores têm uma natureza mais temporária – como o efeito de comparação e os preços elevados da energia -, alguns parecem estar a enraizar na economia – como o aumento dos salários em resultado de uma escassa oferta de trabalho -, alimentando assim expectativas que poderão agravar a evolução dos preços (self-fulfilling prophecy).
E caso a inflação se comprove mais duradoura que inicialmente antecipada pelo mercado, obrigará os bancos centrais a atuar de forma concordante, levando a uma redução mais acelerada do estímulo monetário e, eventualmente, a uma contração da oferta monetária – atualmente, os mercados atribuem uma probabilidade de 57,5% para 2,6 subidas na taxa de juro diretora por parte da FED até ao final de 2022
