Esta semana vou estar de olho... nos resultados das empresas e na reunião da Fed

João Caiano Task WM
João Caiano. Créditos: Cedida (CFA Society Portugal)

O Esta semana vou estar de olho em... é da autoria de João Caiano, CFA, managing partner da Task Wealth Management.

As primeiras três semanas do ano ficaram marcadas por grande incerteza nos mercados financeiros. O aumento exponencial de casos de Covid no mundo inteiro, os dados fortes da inflação americana e europeia  e o discurso agressivo por parte da Fed, provocaram uma subida bastante forte nas taxas de juro americanas e europeias. Os dois anos americanos já estão acima dos 1% enquanto que na Alemanha os 10 anos aproximaram-se dos 0%, valor que já não víamos desde abril de 2019.

Na semana passada começamos a assistir à divulgação de resultados das empresas americanas, com o sector financeiro a divulgar resultados que desapontaram os investidores e contribuíram ainda mais para este sentimento negativo de início de ano.

Esta semana 39 empresas do S&P 500 apresentam resultados com destaque para a Microsoft, Apple, Intel, Tesla, Visa, Mastercard, American Express e General Electric. Na Europa são 28 as empresas cotadas que apresentam resultados e o destaque vai para a LVMH, SAP, CaixaBank, Moderna e Deutsch Bank. A expectativa dos investidores é que os resultados desta semana possam acalmar um pouco o mercado, suportando o cenário macro positivo que temos vindo a assistir, reduzindo assim a volatilidade do mercado.

Na quarta-feira temos a reunião da Fed. Não é expectável que a Fed suba já as taxas de juro e tudo aponta que a primeira subida seja na reunião de março, mas o mercado aguarda com ansiedade a decisão de 4ª feira pelo que teremos provavelmente uma semana atribulada.

Na nossa opinião, o cenário macro ainda é favorável e aos poucos os mercados vão ter que se acomodar com o cenário de normalização dos bancos centrais num cenário económico de crescimento e de inflação acima dos valores normais que assistíamos no passado, pelo que mantemos uma visão construtiva em ativos de risco para 2022.