Ned Naylor-Leyland afirma que os investidores devem prestar atenção às opiniões que os bancos centrais têm sobre o ouro, sobretudo dado que o metal dourado se aproxima de um ponto de inflexão. Comentário patrocinado pela Jupiter AM.
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TRIBUNA de Ned Naylor-Leyland, responsável de Estratégia, Ouro e Prata, na Jupiter Asset Management. Comentário patrocinado pela Jupiter AM.
Os bancos centrais a nível mundial olham para o ouro como uma forma de dinheiro isenta de riscos, mas, de momento, os mercados financeiros não partilham a mesma opinião.
Os bancos centrais têm comprado de forma intensa ouro ao longo dos últimos três anos, sendo que o máximo histórico de compra de ouro de que há registo verificou-se em 2022, de acordo com o World Gold Council.[1] Na minha opinião, os bancos centrais são cada vez mais movidos por temas como o risco de contraparte e o local mais seguro para manter as reservas, e alguns bancos centrais consideram que o ouro é uma aposta mais segura do que os dólares dos EUA ou os títulos do Tesouro dos EUA.
A Arábia Saudita, a China e o Japão reduziram a sua exposição a títulos do Tesouro recentemente, embora a China e o Japão continuem a ser os maiores investidores estrangeiros de títulos do Tesouro.[1] A ordem da administração Biden para o congelamento dos ativos do banco central da Rússia detidos nos EUA em resposta à invasão da Ucrânia, fez com que alguns países credores se sentissem reticentes quanto a uma excessiva dependência do dólar dos EUA, virando-se para a moeda verdadeiramente isenta de riscos: o ouro.
Parece-me curioso que os mercados financeiros estejam obcecados com a linguagem dos bancos centrais sobre política monetária – uma palavra num comunicado da Reserva Federal dos EUA pode virar o mercado de pernas para o ar. Contudo, o comportamento óbvio dos bancos centrais referente à sua base de reservas é ignorado.
Isto é algo a que os mercados deviam prestar mais atenção porque o ouro está prestes a subir, na minha opinião. Parte do problema reside no facto de que o mercado pensa apenas no ouro, cujo preço está expresso em dólares dos Estados Unidos. No entanto, o ouro atingiu máximos históricos recentemente com os preços expressos em dólares australianos, libras esterlinas, ienes, yuan e rupias.
O ouro registou uma evolução decente entre 2009 e 2011 em todas as divisas devido ao comportamento evidente de políticas dovish dos bancos centrais. Registou períodos de forte desempenho em 2020 e 2022 e novamente em maio. Está a negociar abaixo de 2100 de dólares a onça e até que quebre os 2200 dólares os mercados não estão interessados.
O que poderá despoletar uma subida do preço do ouro em dólares? Qualquer coisa que reduza a atratividade dos dólares dos EUA. As mais óbvias seriam o fim das subidas das taxas de referência por parte da Reserva Federal ou novos eventos de crédito que, na minha opinião, vão acontecer inevitavelmente. O preço do ouro tende a apresentar um comportamento inverso às taxas de juro reais.
No meu entender, um catalisador menos agressivo de qualquer escala causará uma subida no preço do metal precioso e os mercados financeiros voltarão a prestar atenção ao ouro. Tal levará por arrasto os media e os veículos de investimento que andam atrás das dinâmicas. E para onde o ouro vai, a prata acompanha.
Tal terá implicações ao nível da desdolarização que, a meu ver, se tornará numa narrativa importante para os mercados financeiros mundiais. Cada vez mais, o comércio internacional é liquidado com outras moedas que não o dólar dos Estados Unidos, por exemplo, petróleo por yuan. Verifica-se uma verdadeira mudança na linguagem sobre alternativas ao dólar dos EUA, em especial no seio dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul).
Por agora, a relação entre o dólar dos EUA e o ouro permanece intacta, mas, ao longo dos últimos 50 anos, tem existido uma espécie de guerra entre ambas sobre qual deles está isento de riscos.
Uma subida no preço do ouro em dólares alteraria isto. Na minha opinião, o ouro é a verdadeira moeda isenta de riscos porque não é emitida por nenhum governo. Basta perguntarem a um responsável de um banco central.
Para mais informações, clique aqui.
[1] https://www.gold.org/goldhub/research/gold-demand-trends/gold-demand-trends-full-year-2022/central-banks
[2] https://asia.nikkei.com/Business/Markets/Bonds/Japan-China-pare-U.S.-Treasury-holdings-as-currencies-hit-new-lows#:~:text=Japan%27s%20holdings%20of%20%241.1%20trillion,from%20the%20end%20of%20June. Saudi stockpile of US Treasuries hits its lowest in over six years | Al Mayadeen English
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