Um artigo de Nikolaj Holdt Mikkelsen, responsável de Análise da Morningstar Dinamarca.
A Morningstar realizou um estudo a nível europeu sobre a evolução dos custos dos fundos. O estudo mostra que o custo total médio ponderado por património diminuiu de 1,09% (da última análise realizada em 2013) até 1,00% (com dados de maio de 2016). A redução das comissões deve-se em parte à maior penetração das classes de fundos designadas de limpas (ou seja sem comissão de distribuição), mas também a maior preferência por fundos com menores comissões. As comissões médias ponderadas por património, para além disso, reduziram-se a nível europeu nas três grandes classes de ativos analisadas: ações, obrigações, e mistos (comparadas com o último estudo realizado).
No entanto, embora as comissões se tenham reduzido em percentagem, os investidores europeus pagam hoje em dia mais gastos em termos nominais do que em 2013. Estimamos que o pagamento anual de comissões alcance os 61.000 milhões de euros face aos 53.000 milhões em 2013.
A nível europeu, as classes limpas são 46 pontos base mais baratas do que as classes que incluam comissões de distribuição; este custo poderá interpretar-se como o custo de assessoria que seria pago aos investidores.
O estudo mostra que os países onde os custos são mais baixos na Europa são a Irlanda e a Suíça (0,62%). Isto explica-se não só pelo importante peso dos fundos passivos ou a grande proporção de classes institucionais, sobretudo na Irlanda, mas também pela presença significativa de fundos monetários.
No entanto, nem todos os países têm vivenciado uma tendência nos gastos totais ponderados por património. Em países como Dinamarca, Alemanha, Itália e Espanha, os gastos correntes na percentagem tenderão a aumentar entre 2013 e 2016.
O estudo confirma também o aumento na quota de mercado dos fundos passivos, cuja participação nos ativos geridos aumentou 8% em 2015 até aos 10,3% este ano. Em média, os gastos correntes dos fundos passivos situam-se em 0,31% na Europa, face aos 1,38% dos fundos ativos.
Por último, o estudo confirma que os fundos que são relativamente mais caros tendem a continuar a sê-lo, e o mesmo se aplica aos fundos mais baratos. Isto sugere que não só os custos podem ser um indicador de rendibilidades futuras, mas também o nível dos custos.