Porquê investir agora em ações norte-americanas?

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Jeremiah Buckley. Créditos: Cedida (Janus Henderson Investors)

TRIBUNA de Jeremiah Buckley, gestor de carteiras da Janus Henderson Investors. Comentário patrocinado pela Janus Henderson Investors.

As ações norte-americanas podem desempenhar um papel importante nas carteiras dos investidores por várias razões, especialmente agora, com a persistente inflação e perspetivas económicas tão sombrias.

A posição das ações norte-americanas no mercado global

O mercado de ações norte-americano é o maior do mundo e as suas empresas representam mais de 40% da capitalização do mercado mundial (gráfico 1). O mercado dos EUA é um dos mercados mais acessíveis, transparentes e líquidos e o seu contexto económico tem fomentado uma cultura de crescimento e inovação. Desta forma, muitas das empresas mais bem sucedidas do mundo têm sede nos EUA. Face a esta dinâmica favorável, muitos investidores tendem a alocar uma parte da sua exposição a ações ao mercado norte-americano.

Gráfico 1. Capitalização do mercado mundial de ações (e do total)

Estimativas da Federação Mundial de Bolsas, Associação da Indústria de Ações e Mercados Financeiros (SIFMA). UE27 = 27 países da União Europeia; EM = mercados emergentes; DM = mercados desenvolvidos, a 30 de junho de 2022.

Os EUA diferem consideravelmente de outros mercados relativamente aos tipos de empresas que constituem a sua economia. Por exemplo, o mercado norte-americano inclina-se consideravelmente para os setores focados na tecnologia e orientados para o crescimento, como a tecnologia da informação e os serviços de comunicação. A exposição a empresas de tecnologia da informação do índice S&P 500 é três vezes maior que à do índice MSCI World ex. US (27,3% face a 7,8%). Por sua vez, o índice S&P 500 tem aproximadamente metade da alocação do índice MSCI World ex. US a setores que constituem uma parte importante das economias de outros países, como o financeiro e o industrial (gráfico 2). Estas diferenças na composição económica e na exposição setorial podem oferecer diversificação às carteiras que investem tanto nos EUA como noutros mercados.

Gráfico 2. Ponderações setoriais dos índices dos EUA e global

Fonte: S&P Dow Jones Indices, MSCI, Inc., a 31 de agosto de 2022.

Crescimento e tecnologia como proteção contra a inflação

Além destas considerações gerais, as ações norte-americanas também podem oferecer vantagens concretas para o atual contexto de inflação persistentemente alta e de incerteza económica. As ações, e especialmente as ações growth, podem oferecer proteção durante fases de inflação, uma vez que têm potencial para crescer a um ritmo maior do que a inflação. Face ao contínuo aumento dos custos laborais, as empresas menos dependentes de mão-de-obra, como algumas do setor da tecnologia da informação, também podem estar menos expostas às pressões salariais. Ao mesmo tempo, um dos principais fatores de desinflação da última década tem sido a proliferação da tecnologia. A recente inflação salarial pode incentivar um maior investimento em soluções de produtividade, eficiência e substituição para moderar os custos laborais, em benefício de determinadas empresas.

Neste sentido, acreditamos que estamos a assistir a uma profunda mudança secular na forma como o mundo utiliza a tecnologia e que várias empresas norte-americanas que lideram esta transformação irão beneficiar com ela. A mencionada inclinação para empresas de crescimento e de tecnologia demonstrou ser uma vantagem a longo prazo para os mercados norte-americanos em relação a outras áreas do mercado mundial (gráfico 3). Ao entrar num período em que parece que o crescimento possa ser mais escasso e o capital mais caro, uma alocação a ações norte-americanas pode revelar-se benéfica.

Gráfico 3. Rentabilidade dos índices norte-americanos e mundiais

Fonte: Bloomberg, de 31 de dezembro de 2002 a 31 de agosto de 2022, reajustado a 100 na data de início. A rentabilidade histórica não prevê rentabilidades futuras.

Resiliência face à incerteza económica

Após a recessão provocada pela COVID-19, o mercado norte-americano demonstrou a sua capacidade de resistência e acreditamos que pode manter a sua pujança face ao aumento da incerteza económica deste ano. A produção económica norte-americana recuperou mais rápido que as restantes economias do G7 e do que as da zona euro, com um produto interno bruto (PIB) real atual apenas 1,8% abaixo da tendência (2015-2019), em comparação com a média do G7 de 3,9% abaixo da tendência1

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia acrescentou outro fator de perturbação e incerteza aos mercados globais e fez subir os preços das matérias-primas, especialmente os da energia. Como grande produtor de petróleo e gás natural, os EUA podem estar mais isolados dos choques dos preços da energia do que outros países como os da Europa, e também o Japão e a China, que dependem em grande parte das importações de petróleo e gás. Isto é evidenciado pelo excelente comportamento das empresas do setor energético, que, em certa medida, compensou a queda do índice S&P 500 este ano.

As estimativas de lucros moderaram-se face ao rápido aumento das taxas de juro, ao aumento das matérias-primas e a um dólar notavelmente mais forte, o que tem sido um obstáculo sobretudo para as empresas multinacionais, fabricantes e exportadores. No entanto, as previsões consensuais de lucros do S&P 500 continuam a assumir um forte crescimento para 2022, após um aumento interanual de dois dígitos na primeira metade do ano. Além disso, espera-se que os resultados por ação (EPS), o cash flow e os dividendos do S&P 500 cresçam a um maior ritmo do que o índice MSCI World ex. US nos próximos anos (gráfico 4).

Gráfico 4. Estimativas dos resultados por ação, cash flow e crescimento dos dividendos dos índices norte-americano e mundial

Fonte: Bloomberg, a 15 de setembro de 2022. F12 = Estimativas a 12 meses (ano atual e próximo), Y+1 = Estimativas do próximo ano, Y+2 = Estimativas a 2 anos. Média ponderada pelo índice. Não há garantia de que as tendências passadas continuem ou de que as previsões se realizem.

O crescimento dos dividendos norte-americanos mostrou uma resiliência excecional durante a pandemia (gráfico 5) e, embora este ano (a 15 de setembro de 2022) esteja atrasado em relação ao resto do mundo, isto não implica, de forma alguma, fraqueza. Mais de 97% das empresas norte-americanas aumentaram os seus dividendos ou mantiveram-nos estáveis no segundo trimestre de 20222.

Muitas empresas norte-americanas aumentaram as recompras de ações para canalizar o crescente cash flow para os acionistas, após ter continuado a distribuir os dividendos, mas reduzindo as recompras em 2020.

Gráfico 5. Índice Janus Henderson Global Dividend, América do Norte

Fonte: Janus Henderson. O índice Janus Henderson Global Dividend (JHGDI) é um estudo a longo prazo sobre as tendências dos dividendos a nível mundial. Mede os avanços realizados pelas empresas mundiais no pagamento aos seus investidores de um rendimento sobre o seu capital. A rentabilidade histórica não prevê rentabilidades futuras.

Foco no longo prazo

Tendo em contas estes fatores, acreditamos que as ações norte-americanas podem desempenhar um papel muito diferente nas carteiras dos investidores, sobretudo agora que a economia mundial enfrenta uma inflação em máximos de várias décadas e perspetivas de crescimento incertas. Acreditamos que, a longo prazo, os mercados dependem de um crescimento dos lucros sustentável e que as empresas capazes de aumentar os seus lucros, com o tempo, sairão possivelmente beneficiadas. Apesar da volatilidade deste ano, vemos muitas destas oportunidades atualmente no mercado norte-americano.

1 "The U.S. Economic Recovery in International Context", Tesouro dos EUA., Benjamin Harris e Neil Mehrotra. Fonte: Haver Analytics, cálculos dos autores.

2 Janus Henderson Investors, a 30 de junho de 2022: https://cdn.janushenderson.com/webdocs/H050642_0822_Issue+35_ENGLISH.pdf


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