Ned Naylor-Leyland, responsável de Estratégia, Ouro e Prata, afirma que a administração Trump tem falado recentemente sobre o ouro e discute o papel do metal amarelo como ativo de refúgio. Comentário patrocinado pela Jupiter AM.
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TRIBUNA de Ned Naylor-Leyland, responsável de Estratégia, Ouro e Prata, na Jupiter Asset Management. Comentário patrocinado pela Jupiter AM.
Assistimos com grande interesse aos comentários da Casa Branca, no passado dia 3 de fevereiro. O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou, perante o olhar do Presidente Trump, que nos próximos 12 meses o governo planeia "monetizar o lado dos ativos do balanço dos EUA" e beneficiar o povo americano, utilizando uma combinação de ativos líquidos e seguindo as melhores práticas mundiais.
Os comentários de Bessent surgiram no momento em que Trump assinou uma ordem executiva para criar um fundo soberano dos EUA, e as suas palavras desencadearam especulações sobre os ativos líquidos que o governo poderia utilizar para o fundo.
O ativo líquido que seguimos mais de perto é o ouro. Os EUA detêm 8.100 toneladas de ouro, a maior reserva do metal amarelo detida por qualquer governo. Curiosamente, este ouro está avaliado nos registos do governo dos EUA em 42,22 dólares por onça - o preço foi fixado por lei em 1973 e não muda. O atual preço de mercado do ouro, no momento em que escrevemos, é de quase 3.000 dólares por onça, o que faz com que estas 8.100 toneladas de ouro estejam muito subvalorizadas.
Visita a Fort Knox
Bessent disse entretanto que não se estava a referir ao ouro nesses comentários, mas o ouro voltou a ser falado várias vezes na Casa Branca. Trump e Elon Musk questionaram a existência de ouro armazenado no depósito do governo em Fort Knox, no Kentucky, tendo o Presidente afirmado que gostaria de inspecionar pessoalmente as barras de ouro. Bessent garantiu-lhes que "todo o ouro está lá" e citou as auditorias anuais como prova.
No seu discurso de tomada de posse, em janeiro, Trump declarou o início de uma "Idade de Ouro" na América. Ainda é cedo para a sua administração, mas as suas políticas em matéria de comércio, geopolítica e economia já tiveram impacto nos preços dos metais preciosos. O preço do ouro em dólares atingiu uma série de máximos históricos no último ano, o mais recente dos quais no mês passado, o que, na minha opinião, reflecte a procura de um ativo de refúgio por parte dos investidores.
O ouro desempenha um papel importante como ativo estratégico para os bancos centrais - e para os investidores individuais - em todo o mundo, para gerir os riscos e diversificar as reservas. Os bancos centrais - em particular a China - aumentaram as suas compras de ouro nos últimos anos. A compra do metal precioso pelos bancos centrais ultrapassou as 1.000 toneladas pelo terceiro ano consecutivo em 2024, de acordo com o Conselho Mundial do Ouro.
Apuramento das dívidas
Uma grande maioria de outros países, para além dos EUA, avalia as suas reservas de ouro a preços de mercado. Se os Estados Unidos avaliassem as suas reservas de ouro a preços de mercado, estas valeriam quase 800 mil milhões de dólares, contra cerca de 11 mil milhões atualmente. A dívida nacional dos EUA ronda os 36 biliões de dólares, com um défice em 2024 de 1,8 biliões de dólares, pelo que alguns comentadores sugeriram que a revalorização do ouro pode oferecer uma solução pronta para injetar milhares de milhões de dólares de ativos no balanço do Tesouro.
Apesar de notarmos que Bessent rejeitou a ideia, pensamos que uma revalorização está dentro do campo das possibilidades e teria implicações significativas para os mercados financeiros. Por um lado, devolveria ao ouro a posição que consideramos ser a sua, no sistema financeiro mundial - a de principal ativo financeiro de reserva. Poderia também forçar os investidores a reavaliarem as suas opiniões sobre a natureza dos activos sem risco.
Oito semanas de espera para o ouro
O Financial Times noticiou em janeiro que o tempo de espera para levantar o ouro armazenado nos cofres do Banco de Inglaterra aumentou de alguns dias, para quatro a oito semanas.
Esta dinâmica de mercado, que levou o ouro a deslocar-se de Londres para Nova Iorque nos últimos meses, "abrandou um pouco", declarou a London Bullion Market Association em 7 de março.
Na nossa opinião, os recentes movimentos ascendentes do preço do ouro estão relacionados com o seu papel tradicional como ativo de refúgio, a preocupação com o crescimento económico e as políticas comerciais de Trump, as expetativas de que as taxas de juro possam cair e a procura do metal precioso por parte dos bancos centrais.
Não somos especialistas em política e reconhecemos a necessidade de ter cuidado com as previsões sobre o que o Presidente Trump poderá ou não fazer. No entanto, como investidores em ouro, este é um dos períodos mais interessantes de que nos lembramos.
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