Os fundos alternativos recomendados pelas gestoras internacionais para 2024

A UBS AM recomenda a estratégia UBS Global Equities Long Short Equity Fund para o investimento em alternativos em 2024, devido à sua capacidade de gerar retornos em diferentes condições do mercado.

"O Global Equities Long Short procura aproveitar as oportunidades nos bear e bull markets a nível global, graças às recomendações, tanto positivas como negativas, da ampla equipa de analistas da UBS AM a nível global", afirma Diogo Gomes, senior CRM na UBS AM.  Normalmente, o fundo tem uma exposição bruta de entre 150-250%, uma exposição líquida de entre 10-30% e um beta médio de 0,3.

O fundo procura gerar retornos ajustados ao risco atrativos, sem descurar a preservação de capital, com uma volatilidade abaixo dos 10% (5,7% desde o seu lançamento). Esta estratégia foi lançada em 2012 e, no seu longo track record, apenas registou um ano de rentabilidades negativas (2018).

Já a Schroders recomenda o Schroders GAIA Cat Bond. O objetivo deste fundo com Rating FundsPeople 2023 é oferecer crescimento de capital e receitas. "O fundo irá investir em títulos relacionados com riscos de seguros, principalmente em obrigações catástrofes, ou cat", afirma Leonardo Fernández, diretor-geral da Schroders para Portugal e Espanha.

A estratégia irá centrar-se no risco de seguro de catástrofes naturais como furacões e terramotos severos que afetem regiões como a Europa Ocidental, o Japão e os EUA, nas quais se costumam adquirir seguros. O seu objetivo é realizar investimentos cujo valor não dependa do ciclo económico, mas sim do acontecimento de fenómenos naturais e da gravidade dos mesmos.

2023 caraterizou-se por muita incerteza e por uma venda tanto de ações como de obrigações. Este fenómeno marca uma mudança para os investidores. Agora, têm de encontrar formas de lidar com a nova realidade. "Dentro da nossa gama de Soluções Multiativos Alpha 7, 10 e 15, pensamos em termos de prémios de risco em vez de classes de ativos", afirma Claus Vorm, gestor sénior de carteiras e subdiretor de Multiativos na Nordea Asset Management. A ideia é oferecer uma variedade de soluções alternativas líquidas de investimento com diferentes perfis de risco/retorno, mas com algo em comum: ver mais além das classes de ativos individuais para beneficiar de prémios de risco selecionados (tanto tradicionais como alternativos).

Estas soluções alternativas líquidas permitem aos investidores aumentar o nível de diversificação a nível da carteira e gerar retornos positivos com risco controlado. "Com as estratégias Alpha da Nordea e a sua ampla gama de diferentes prémios de risco, é possível construir carteiras de investimento inovadoras e bem alinhadas que possam satisfazer as expetativas de clientes com diferentes requisitos de rentabilidade e perfis de risco", acrescenta o profissional. Dada a difícil realidade atual do mercado, é necessária uma verdadeira diversificação para amortecer os riscos do mercado a longo prazo.

Por sua vez, Javier Dorado, diretor-geral da J.P. Morgan AM para Portugal e Espanha, destaca o JPMorgan Investment Funds - Global Macro Opportunties Fund.

Este fundo tem como objetivo capitalizar as tendências macroeconómicas para gerar um retorno absoluto atrativo. É um fundo de retorno absoluto com o objetivo de rentabilidade de superar o mercado monetário em 7% com uma volatilidade inferior a 10%, a médio prazo. Continua a obter retornos positivos em distintos contextos de mercado e pode investir numa ampla variedade de ativos de obrigações e ações, bem como derivados para implementar estratégias tradicionais e/ou sofisticadas que reflitam a visão macroeconómica da equipa. Tem sido capaz de capturar os bull markets, bem como obter retornos positivos em contextos de queda.

A estratégia Jupiter Merian Global Equity Absolute Return (GEAR) tem tido, historicamente, uma baixa correlação tanto com ações como com obrigações a nível global. "Tal como os retornos não correlacionados, a proteção contra a elevada volatilidade também é importante em tempos agitados. A estratégia GEAR aponta para um limite anual de volatilidade de apenas 6%", afirma Francisco Amorim, diretor de vendas da Jupiter AM.

A estratégia, que este ano conta com Rating FundsPeople, procura uma baixa correlação através da construção cautelosa de carteiras, mantendo as posições curtas/longas equilibradas. Uma estratégia market neutral que procura gerar retornos através de alfa e não beta, e que tem como objetivo alcançar retornos positivos em mercados de ações em subida ou descida.

"Ao contrário das estratégias discricionárias de ações, a equipa adota uma abordagem baseada em factos para a seleção de títulos", afirma ainda o profissional. Em vez de adotar técnicas analíticas tradicionais, como o escrutínio manual de relatórios anuais de empresas, reunir com equipas de gestão e estudar manualmente análises de terceiros, a estratégia utiliza técnicas informáticas para analisar grandes volumes de informação disponível ao público, avaliando as ações globais em função de uma série de critérios de seleção de ações.

"Se há uma coisa em que as previsões macroeconómicas para 2024 concordam é que nos aproximamos de um cenário mais incerto", afirma Martina Álvarez, diretora de vendas para a Península Ibérica da Janus Henderson.

Por isso, será necessário manter carteiras diversificadas e procurar fundos que descorrelacionam. Por outro lado, o custo de capital regressou e isto vai gerar uma maior dispersão entre vencedores e perdedores, entre ações a deter e não deter. Os fundos long/short de ações, como o Janus Henderson Absolute Return, que este ano conta com Rating FundsPeople, podem aproveitar estas deslocações de mercado e gerar retornos positivos independentemente da direção de mercado. Dadas as perspetivas para o novo ano, estas estratégias continuarão a fazer sentido nas carteiras dos investidores. 

"O ouro é tradicionalmente considerado um ativo de refúgio, comportando-se melhor do que outros ativos em períodos de incerteza", explica Íñigo Escudero, diretor da Invesco para a Península Ibérica, América Latina, EUA Offshore e Israel. Além disso, é um ativo que, geralmente, se comporta melhor quando as yields das obrigações se moderam e o crescimento diminui, o que costuma acontecer num ciclo de desaceleração económica ou numa recessão, como o que o mercado prevê para 2024.

Por fim, apresenta uma correlação negativa com o dólar americano, pelo que poderia beneficiar de uma hipotética debilidade da divisa americana se a Fed começar a baixar as taxas. "O Invesco Physical Gold ETC é o maior fundo da Europa e tem um custo anual de apenas 12 pontos base", afirma o profissional. Os seus ativos estão assegurados por barras de ouro físico armazenadas em cofres blindados em Londres, e todas elas cumprem as diretrizes de investimento responsável da indústria.

O DWS Invest Global Infrastructure, fundo com Rating FundsPeople 2023, investe principalmente em títulos de ações de emitentes do setor das infrastruturas mundiais. Isto inclui os seguintes segmentos: transportes (estradas, aeroportos, portos marítimos e caminhos de ferro), energia (transmissão, distribuição e produção de gás e eletricidade), água (rega, água potável e saneamento) e comunicações (torres de rádio, telefonia móvel, satélites, fibra ótica e cabos de cobre).

"A equipa gestora do fundo procura empresas que invistam em ativos tangíveis, com elevadas barreiras de entrada e sólidos fluxos de caixa e de dividendos", afirma Mariano Arenillas, responsável da DWS para a Península Ibérica. Oferece um atrativo perfil de risco-retorno e diversificação no que diz respeito às classes de ativos tradicionais.

Para 2024, a DWS espera que as taxas de juro tenham atingido o seu máximo e que haja cortes de taxas durante a segunda metade do ano, o que deverá beneficiar esta estratégia, visto que se considera ter uma correlação semelhante à das obrigações.

O CT Real Estate Equity Market Neutral é uma estratégia de retorno absoluto e market neutral, centrada principalmente em títulos imobiliários europeus com uma alocação máxima de 20% a títulos de real estate americanos. O seu objetivo é capitalizar as ineficiências estruturais do setor imobiliário através de uma estratégia de investimento fundamental, de investigação intensiva, longa/curta, de comércio de pares ou de grupo de pares.

"A estratégia aposta em empresas cotadas, cujas estratégias não têm exposição ao mercado acionista, mas que dependem do gestor e da qualidade dos ativos, o que, em inglês, se denomina Market Neutral", afirma Rubén García Paez, responsável da Columbia Threadneedle para a Península Ibérica e América Latina. "Na Columbia Threadneedle somos especialistas no setor das empresas imobiliárias cotadas", acrescenta.

Ramón Carrasco, business development director da Carmignac, destaca uma estratégia ativa de arbitragem de fusões e aquisições que visa proporcionar retornos absolutos positivos, com uma correlação limitada com os mercados acionistas, o Carmignac Portfolio Merger Arbitrage Plus. Este fundo tem classificação SFDR Artigo 8º.

“O BNY Mellon Absolute Return Bond Fund é gerido pela Insight, a nossa empresa especialista em obrigações. Investe numa ampla gama de instrumentos de obrigações com uma abordagem de retorno absoluto”, afirma Ralph Elder, diretor-geral para a Península Ibérica da BNY Mellon IM. Centra-se em limitar os riscos com um forte enquadramento de gestão de riscos. Tem como objetivo oferecer liquidez de três meses Euribor +3% em períodos anuais sucessivos de três anos, antes de comissões. Para isso, procura obter uma rentabilidade positiva em períodos sucessivos de 12 meses.

Não tem qualquer viés inerente relativamente às taxas de juro e pode ser de curta ou longa duração (geralmente mantém-se no intervalo de duração de +3 a -3). Isto significa que tem o potencial de gerar retorno em contextos de taxas de juro tanto descendentes, como ascendentes. Pode investir em instrumentos de obrigações tradicionais e também tomar posições de arbitragem (longas/curtas) na curva de yields e em crédito. O fundo é gerido de forma ativa durante todo o ciclo económico e está desenhado para poder obter rentabilidade em diferentes contextos de obrigações, incluindo no de taxas ascendentes.

"O Systematic US Equity Absolute Return é um fundo market neutral de ações (neutro em relação ao dólar e ao beta) que utiliza um processo sistemático de seleção de ações para assumir posições sintéticas longas e curtas em empresas constituídas ou cotadas nas Américas", afirma André Themudo, responsável de negócio da BlackRock em Portugal. O objetivo deste fundo com Rating FundsPeople 2023 é manter uma volatilidade de até 10% por ano, tendo uma correlação mínima com os retornos dos mercados de ações das Américas.

O processo de investimento centra-se em identificar erros de avaliação de preços de títulos, e a abordagem combina a visão e a tecnologia para explorar sistematicamente estas ineficiências de mercado para providenciar um desempenho absolutamente consistente e fiável, enquanto minimiza riscos descompensados e custos de implementação. "As equipas tiram partido das plataformas tecnológicas exclusivas da BlackRock para nos ajudar a gerir os riscos", conclui.

O Amundi Tiedemann Arbitrage Strategy Fund procura explorar as oportunidades que surgem durante os processos de fusão e aquisição de empresas. "Este fundo faz parte da plataforma de alternativos líquidos da Amundi e conta com mais de dez anos de track record, durante os quais foi, em quase todos, capaz de gerar retornos positivos, com uma volatilidade moderada e uma correlação com as classes tradicionais de ativos reduzida", afirma Marta Marín, CEO da Amundi Iberia.

As taxas de juro positivas deverão ser benéficas para esta estratégia, tanto a nível de gestão de liquidez como do seu impacto sobre os spreads das novas transações. Além disso, com o ciclo de subidas de taxas a chegar ao fim, pode impulsionar o fluxo de operações de M&A, oferecendo oportunidades do ponto de vista de retorno e diversificação. Dada a complexidade destas operações, é importante ter o apoio de um especialista com conhecimento, meios e experiência para valorizar e gerir corretamente os riscos que estes investimentos implicam.

"O fundo Allianz Core Private Markets oferece o acesso a uma carteira diversificada, com exposição imediata a diferentes classes de ativos não cotados e estratégias de mercados privados, como capital de risco, dívida empresarial não cotada e infraestruturas não cotadas (dívida e equity)", afirma Romualdo Trancho, diretor de Desenvolvimento de Negócio para Portugal e Espanha da Allianz GI.

Oferece liquidez de forma trimestral e maior flexibilidade ao investir em mercados privados, sem a necessidade de calls de capital complexas. Assim, através deste fundo, estruturado como um veículo RAIF do Luxemburgo, os investidores sofisticados e profissionais podem aceder às vantagens e ao "alinhamento de interesses que decorrem do co-investimento em conjunto com o grupo Allianz", conclui.

“Os alternativos continuam a ser uma oportunidade relativamente inexplorada para os investidores regionais”, afirma Miguel Luzarraga, responsável de negócio da AllianceBernstein para a Península Ibérica. É certo que, com os atuais níveis de yields e as valorizações das ações, pode ser menos óbvio do ponto de vista técnico e, em particular, o crédito ilíquido parece menos competitivo atualmente. No entanto, num mercado de baixo crescimento e provavelmente volátil, a AllianceBernstein acredita que a diversificação das carteiras continua a ser fundamental.

“Uma das principais estratégias em que vemos um aumento do interesse é o nosso Event Driven Portfolio”, afirma o profissional. Sendo uma estratégia sistemática, que tem uma correlação negativa com os mercados públicos, acrescenta verdadeiramente valor ao perfil global de risco/retorno de uma carteira. De facto, este ano está em território de retorno total positivo.

Atualmente, os investidores intermediários assumem a liderança nesta área, mas com soluções de liquidez diária, espera-se que os investidores individuais também prestem mais atenção a estes diversificadores.

A abrdn gere mais de 84 mil milhões de euros em estratégias de mercados privados (real estate, infraestruturas, private equity, private credit e natural resources), com equipas amplas, com grande experiência, distribuídas globalmente, o que nos permite analisar e conhecer mais de perto e em profundidade os investimentos dos seus fundos.

"Para 2024, acreditamos que uma opção interessante é o nosso fundo European Balanced Property Fund: uma estratégia core, conservadora e diversificada, que investe em logística, escritórios, convenience retail e residencial/alternativos, em países da zona euro", afirma Álvaro Antón Luna, responsável da abrdn para a Península Ibérica. Conta com 1,4 mil milhões de euros em ativos sob gestão e com uma carteira diversificada que investe em oito países, quatro setores e cerca de 30 ativos. Com track record desde 2006 e estrutura SICAV-FIS luxemburguesa, open-ended e com reembolso trimestral, o fundo foi reconhecido com 5 estrelas GRESB (n.º 1 de 51 concorrentes).