Valdemar Duarte dá a perspetiva de um dos maiores investidores institucionais em Portugal e afirma assertivamente que “há muito espaço para melhorar a exposição”. “Nos fundos de pensões que gerimos temos um limite máximo de 10% em alternativos, mas não vamos além dos 2,5% ou 3%”, explica.
Como indica, há duas grandes classes de alternativos que têm lugar nas suas carteiras: private equity e real estate. O viés nacional é grande, mas há alguns - poucos - ativos alocados a fundos europeus. “Porque não investimos mais?”, questiona. “Primeiro, porque não temos oferta e segundo, porque muita da oferta não cumpre os critérios. Precisamos de entidades gestoras com track record que invistam nas empresas e as levem para um outro nível. Se não for com esta perspetiva, falamos de um investimento em equity e, para isso, preferimos os mercados líquidos: “Precisamos de um extra de alfa para pagar pela falta de liquidez em 10 ou mais anos”, expõe.
Como parte de um grupo segurador, o profissional releva também como as regras contabilísticas não são amigáveis do investimento em private equity ou outros alternativos ilíquidos. “Pelo efeito da curva J, as regras fazem com que o investimento em private equity se traduza num impacto negativo imediato em P&L. A alternativa, a dos mercados líquidos, permite que se recorra a outras regras”, aponta. E, finalmente, outro ponto importante, para Valdemar Duarte, são os requisitos de capital que são elevados no investimento em private equity. Contudo, lembra, “há trabalho a ser desenvolvido para que alguns fundos de impacto e fundos artigo 9º da SFDR sejam tratados como equity de longo prazo, o que requer menos capital”.
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