Razões para aumentar a alocação a infraestruturas durante este ano

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Stephen Oachs (ApertureAcademy

2017 iniciou-se com a atenção focada numa das promessas mais consideradas pelo mercado na fase final de 2016: mais gasto governamental em infraestruturas, especialmente nos EUA. “Os mercados de capitais têm um papel cada vez mais crítico na hora de financiar as infraestruturas, refletindo assim as pressões orçamentais sobre os governos dos EUA e outras partes do mundo”, observa Mark G. Roberts, responsável de análise e estratégia de ativos alternativos na Deutsche AM.

Roberts assume em seguida o estado atual dos fundamentais para esta classe de ativos: “Globalmente, a procura de dívida emitida para financiar infraestruturas continua a crescer. As taxas de juro continuam baixas de acordo com os standards históricos. Isto está a fazer com que os investidores invistam em estratégias de longa duração e procurem alternativas às obrigações soberanas”.

Neste contexto, o especialista recorda que “os investidores estão a procurar opções que possam oferecer potencialmente um perfil de rentabilidade/risco melhor, mas sem se distanciarem significativamente de uma proposição de risco baixo”, e é neste ponto onde faz sentido estudar as oportunidades que oferece o sector das infraestruturas, especialmente por causa do seu potencial para a diversificação de carteiras: “Investir numa carteira líquida de grandes ativos de infraestruturas de alta qualidade e investment grade pode conduzir potencialmente a retornos interessantes ajustados ao risco. Para além disso, os fluxos de caixa gerados pelos ativos de infraestruturas tendem a ser previsíveis por natureza e visíveis no longo prazo, o que também pode reduzir as taxas de incumprimento”.

O especialista continua a ver vantagens na classe de ativos inclusive se for efetivamente declarado um incumprimento (comparativamente em relação a outros ativos): “A natureza dos ativos de infraestruturas, que estão suportados por ativos físicos, e a estabilidade relativa das valorizações dos ativos, tendem a traduzir-se em taxas mais altas de recuperação para os credores”.

Por fim, Roberts acrescenta em seguida um gráfico no qual se pode observar a estabilidade dos investimentos em infraestruturas, dadas pelo período de tempo em que os investidores institucionais (seguradoras, fundos de pensões, gestoras) os costumam manter em carteira.

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