O Guia Ibérico de Investimento Imobiliário 2018, elaborado pela Cushman & Wakefield, dá conta de transações de 850 milhões de euros só no 1.º trimestre do ano, e enumera as “preferências” dos investidores nacionais e estrangeiros dentro do segmento imobiliário.
“Até à viragem do século, o mercado de investimento imobiliário era relativamente pequeno e dominado por fundos imobiliários locais. Isso mudou quando Portugal se juntou ao Euro, eliminando assim o risco de taxa de câmbio, fazendo com que o mercado se tornasse mais atrativo para o investimento estrangeiro”. Esta é uma das primeiras conclusões da Cushman & Wakefield referidas no seu último Guia Ibérico de Investimento Imobiliário 2018, no que refere à atividade de investimento imobiliário em Portugal.
A consultora, que se debruça sobre o panorama do investimento imobiliário no nosso país, recorda que os volumes de investimento nos primeiros anos eram ainda “modestos”, tendo sido “atingido um pico do anterior boom de imobiliário, com transações que totalizaram os 1.200 milhões de euros em 2007”.
Fonte: Guia Ibérico de Investimento Imobiliário 2018, Cushman & Wakefield.
Com a chegada da crise financeira a Portugal o volume de investimento obviamente decresceu. No entanto, a consultora realça que a saída “limpa” de Portugal do programa de assistência financeira trouxe uma nova recuperação dos valores a partir de 2014. Em 2015 foi quebrado o record de todos os tempos, e o investimento na área de imobiliário cifrou-se nos 2.000 milhões de euros; igualmente, em 2016, foram registados elevados volumes de transações e, em 2017, como é possível verificar no gráfico acima, outro máximo foi batido, com um total de 2.100 milhões de euros de volume transacionado.
Início de 2018 forte
O primeiro trimestre de 2018, segundo o documento da Cushman & Wakefield, arrancou forte: as transações efetuadas estão nos 850 milhões de euros no fecho do trimestre e é registado o que apelidam de um “impressionante” crescimento interanual de 133%. Os motivos para tais números são enunciados pela consultora de forma simples: “a excelente performance económica, a melhoria do rating de Portugal pela Standard & Poors and Fitch e o excelente número de bancos preparados para providenciar financiamento imobiliário”, são fortes drivers da boa forma do sector.
O que procura cada um dos investidores?
O tipo de players a olhar para o mercado nacional diversificou-se bastante nos últimos anos, “em termos de nacionalidade, classe de ativos, tamanho e perfil de risco”. Segundo se pode ler no relatório da entidade, o leque de investidores estrangeiros que vão desde as instituições core/core plus até aos fundos de private equity oportunísticos ou value-add, dominam, essencialmente as transações de grande retalho, escritórios e portefólios imobiliários. Os investidores domésticos, por seu turno, interessam-se normalmente mais por escritórios e ativos industriais, retalho de menor dimensão e reconversões urbanas.
Fonte: Guia Ibérico de Investimento Imobiliário 2018, Cushman & Wakefield.
O retalho imobiliário e os escritórios, em termos genéricos, são ainda os sectores mais procurados no mercado nacional. A consultora dá conta também de que “um certo nível de investimento no sector industrial tem vindo a ser observado desde o início da década, e mais recentemente os ativos alternativos como os hotéis, e instalações de saúde ou educação, estão a crescer em importância”.