Jorge Silveira Botelho fala do BBVA Gestão Flexível, que pela segunda vez foi agraciado pela Morningstar. Um produto onde se faz “bandeira” da gestão ativa e global.
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Ganhou o prémio de melhor fundo Nacional Misto Flexível Euro pelo segundo ano consecutivo na gala da Morningstar, e pertence à BBVA Gest. O BBVA Gestão Flexível prima, segundo o Chief Investment Officer da entidade, por ser precisamente um fundo cujo o seu principal tema é a gestão flexível. Mas as caraterísticas do produto não se ficam por aqui.
Gestor...muito mais do que isso
Jorge Silveira Botelho, acrescenta que uma das temáticas essenciais do produto envolve também a comunicação. “Hoje em dia o gestor não pode ser propriamente uma ‘primadona’. Ao mesmo tempo que se faz a gestão dos portfólios, existe todo um acompanhamento comercial, que passa por visitas a clientes, a research, e posterior comunicação a clientes e às próprias redes”. Num contexto atual em que “o cliente é muito mais sofisticado do que anteriormente, e em que também nós próprios temos muito mais informação, temos a capacidade e a exigência de não vender propriamente só um produto, mas sim de prestar um serviço totalmente integrado em que o gestor é muito mais do que um gestor tradicional”.
Naquele que é um portfólio com uma visão estrutural de base, existe, no entanto, um grande movimento dentro dos intervalos que “são extremamente elevados em termos de flexibilidade, quer em risco de crédito, em risco de duração ou em volatilidade”. Jorge Silveira Botelho explica que numa gestão que é global e flexível ao mesmo tempo, “quando se está investido em mercados emergentes, pode sair-se e mudar para desenvolvidos, voltar a sair e investir em EUA, etc”, explica.
Parte tática e parte estrutural
Desta forma, o profissional explicou à Funds People que existe uma parte da carteira que se move bastante, maioritariamente via derivados, futuros e opções, e que constitui a parte mais tática do portfólio. A restante “porção” do produto prende-se com a parte mais estrutural da carteira, alocada a fundos de terceiros. “Os fundos de terceiros passam por um screening muito criterioso do Quality Funds (área de arquitetura aberta de fundos de investimento do Grupo BBVA que tem como missão selecionar os melhores fundos das gestoras internacionais), que tem um processo de due diligence muito apertado. “Um fundo que passe nos critérios do Quality Funds é visto pelo mercado como um sinal de confiança. É um crivo importante”, indica o Chief Investment Officer, referindo que há um acompanhamento permanente desses produtos. “Os gestores dos fundos vêm visitar-nos e falam connosco”, assegura.
Positivos no Japão e na Europa, Jorge Silveira Botelho indica que estes são dois destinos sobreponderados na carteira, a par de outros mercados emergentes. “Também estamos muito investidos em mercados fronteira, que achamos que fazem muito sentido”, diz. “Nos EUA estamos underweight”, refere. Ainda assim, da entidade destacam uma grande crença no mercado accionista europeu e na valorização do dólar, relacionada com a alteração política de ambos os bancos centrais (europeu e norte-americano). “Na Europa, achamos que a dinâmica de crescimento económico vai fazer com que as empresas beneficiem muito mais proporcionalmente desse crescimento, uma vez que a alavancagem operacional está muito elevada”, “ por outro lado, “no Japão está a se a proceder a uma alteração estrutural da função do consumo temporal com o aumento das expectativas de inflação, o que juntamente com a desvalorização do Yen vai provocar um ciclo virtuoso de crescimento de resultadas das empresa” , entende o profissional.
Análise macro
Num comité de investimento semanal, onde se reúnem os vários CIOs e as respectivas equipas, é discutido o que cada um está a fazer no seu portfólio. Já no comité de investimento levado a cabo mensalmente faz-se a definição do asset allocation global. “Falamos de tudo: desde a Índia, até à China, commodities, moedas...”, prossegue o especialista, referindo que “a equipa de análise explora todo o tipo de temas, sendo que, posteriormente, cada um dos elementos dá a sua visão sobre cada classe de ativos”. “Neste fundo a dinâmica resume-se a uma gestão ativa, em que, contudo, é muito importante ter os intervalos de asset allocation elevados, por ser a única forma de podermos proporcionar aos nossos clientes algum valor de uma forma recorrente”, conclui Jorge Silveira Botelho.