No Relatório sobre os Mercados de Valores Mobiliários relativo a 2023 da CMVM, um dos temas abordados é o facto de, em 2023, o valor líquido global dos OIA nacionais ter crescido face a 2022, atingindo os 9,7 mil milhões de euros.
Este valor representa uma variação anual de 24,8%, superior à média anual de 15,3% registada desde 2011. Segundo a entidade reguladora, este crescimento deveu-se à “evolução positiva dos valores dos ativos sob gestão e ao aumento do número de OIA”, perfazendo um total de 284 OIA de capital de risco. Já o valor sob gestão médio exibiu uma variação homóloga positiva (14,6%), situando-se nos 32,3 milhões de euros no final de 2023.
Olhando para as Sociedades de Capital de Risco (SCR), o investimento efetuado diretamente através da carteira própria destas entidades também registou uma evolução positiva. O valor dos ativos sob gestão atingiu, desta forma, os 263 milhões de euros, mais 24,5% face a 2022.
Estratégias de investimento dos OIA de capital de risco apresentam poucas alterações
Relativamente ao valor investido por fases de entrada no capital das empresas, as estratégias de investimento dos OIA de capital de risco pouco mudaram face a 2022. O peso das participações em venture capital situou-se, em 2023, em 23,1%, o que representa uma diminuição de 0,3 pontos percentuais face a 2022. Enquanto o peso relativo do private equity atingiu os 76,9%, mais 0,3 pontos percentuais em comparação com o mesmo ano.
Segundo a entidade, “dentro do private equity, destacou-se a evolução do investimento com vista à recuperação económica das empresas visadas pela aquisição (turnaround), cujo peso relativo aumentou de 16,1% em 2022 para 22,5% em 2023”.
Por outro lado, o peso do investimento com objetivo de expansão (growth/mezzanine) diminuiu de 34,1% para 22,8%. “Os casos em que o capital de risco apoia a aquisição do capital da empresa pela gestão da mesma (management buy-out), ou por uma equipa exterior à gestão (management buy-in)”, conta a CMVM, “exibiram tendências semelhantes, i.e., relativamente ao primeiro verificou-se uma diminuição de 5,9% para 4,6% e quanto ao segundo, o seu peso recuou de 0,4% para 0,2% no último ano”. Em contraste, o peso relativo de outras fases que não as já mencionadas aumentou de 20,2% para 26,8%.