O ano de 2014 tem sido atribulado no mercado português. No início do ano os investidores estavam a voltar a investir em fundos de investimento, mas a meio do caminho esta tendência sofreu um volte face e verificou-se um maior distanciamento e sentimento de desconfiança generalizado no sistema financeiro.
Nos primeiros seis meses do ano as captações líquidas quase que atingiram os mil milhões de euros, mas a crise no Banco Espírito Santo levou a que nos meses seguintes os resgates “assaltassem” o mercado nacional, levando a que o saldo entre janeiro e outubro fosse negativo de quase 700 milhões de euros, segundo os dados publicados no final do mês de outubro pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP).
No entanto, há categorias que continuam a apresentar bons resultados neste campo, isto é, a cativar as atenções e os capitais dos investidores. Acima de 300 milhões de euros podemos encontrar duas categorias: a dos fundos de fundos predominantemente obrigações e ainda a dos produtos que investem no mercado monetário em euros.
De acordo com APFIPP a primeira é composta por fundos que “investem pelo menos 2/3 da carteira em unidades de participação de outros fundos de investimento mobiliário. As unidades de participação de fundos de ações representam menos de 1/3 do valor total de unidades de participação detidas”.
Já os produtos do mercado monetário englobam os “fundos que investem exclusivamente em instrumentos do mercado monetário e depósitos bancários de qualidade elevada, unidades de participação de fundos do mercado monetário curto prazo e de fundos do mercado monetário, instrumentos financeiros derivados, sendo que, no caso de instrumentos derivados cambiais, o investimento só é possível para fins de cobertura de riscos”.
Mais de 700 milhões em duas categorias
A categoria dos fundos de fundos predominantemente obrigações é composta por oito fundos de investimento de cinco gestoras mobiliárias. Este segmento fechou os primeiros dez meses do ano com um saldo de 400 milhões de euros, enquanto os fundos do mercado monetário totalizam 328 milhões de euros de saldo em subscrições e resgates, divididos em 3 produtos.
Investidores jogam à defesa
Das restantes categorias que conseguem "sobreviver" (em termos de captações líquidas) nos primeiros dez meses do ano, a grande maioria investe em ativos que são tipicamente defensivos. Categorias como “Obrigações Taxa Fixa Euro”, “F.E.I. Monetário”, “Fundos mistos de obrigações” ou “fundos de obrigações taxa indexada euro” evidenciam o maior posicionamento defensivo adoptado pelos investidores.
As categorias com captações líquidas positivas em 2014
Categoria | Captações líquidas |
---|---|
Fundos de Fundos de Obrigações | 400 431 285 € |
Mercado Monetário Euro | 328 286 158 € |
Obrigações Taxa Fixa Euro | 79 460 461 € |
Fundos de Fundos Mistos | 78 501 360 € |
FEI Monetário | 38 853 479 € |
Fundo Misto de Obrigações | 30 714 717 € |
Ações Nacionais | 30 059 772 € |
Outros Fundos | 28 703 285 € |
Obrigações Euro | 27 457 871 € |
Obrigações Taxa Indexada Euro | 27 390 226 € |
Fundos de Fundos de Ações | 14 010 373 € |
Obrigações Internacional | 10 544 081 € |
Ações UE, Suíça e Noruega | 8 156 218 € |
FEI Flexíveis | 4 512 782 € |
Fundos índice | 245 355 € |