O primeiro semestre de 2018 trocou as voltas as gestores de fundos de poupança reforma (PPR) em Portugal. Se a cinco anos, as rentabilidades positivas continuam a ser a regra, desde o início do ano o oposto é a verdade. Apenas dois fundos PPR superaram os primeiros oito meses do lado direito do zero (veja aqui quais as entidades em destaque na gestão de fundos de pensões em Portugal).
Como está patente na tabela, os fundos mobiliários e fundos de pensões PPR (excluindo aqueles com garantia de capital) apresentaram uma rentabilidade média de -1,4%, sendo que 18 dos 37 produtos perderam mais do que essa média.
Adicionalmente, não se encontra uma relação forte entre o risco assumido e os resultados obtidos, o que prova que a volatilidade que atingiu os mercados de ações e obrigações apanhou de surpresa até as estratégias mais cautelosas. A média de rentabilidades entre os produtos de nível de risco 2 (entre 0,5% e 2% de volatilidade) foi de -1,67%, mas a mesma medida entre os produtos de nível de risco 4 (5-10% volatilidade) é menor - de -1,49%.
Dito isto, quais foram os dois produtos que saíram por cima em 2018? Um deles é um fundo PPR mobiliário gerido pela GNB Gestão de Ativos e comandado por Paulo Joaquim. Chama-se NB PPR e é um fundo com mais de 25 anos de história (teve início em 1991) que concentra o grosso da sua carteira no investimento em obrigações soberanas europeias. Nos primeiros oito meses de 2018 obteve uma rentabilidade de 0,97%.
O outro, o Fundo de Pensões PPR SGF STOIK Ações obteve, no mesmo período uma rentabilidade de 0,47%. Com uma componente de ações que pode chegar aos 55%, este fundo expõe o participante a um nível elevado de potencial de valorização destes mercados, numa abordagem sistemática e numa perspectiva global "de modo a adequar a carteira ao ambiente macro-económico e financeiro existente em cada período de tempo", segundo o indicado no website da entidade gestora de fundos de pensões SGF. A gestão de investimentos do fundo é assessorada por Luís Lobo Jordão.
Novos limites
As recentes mudanças legislatórias que eliminaram o limite de 55% à alocação a ações por parte dos fundos de poupança reforma já se refletem em algumas mudanças no universo destes produtos em Portugal. Vemos, por exemplo, o fundo Bankinter PPR 55, da Bankinter Gestão de Ativos a mudar a sua denominação para Bankinter 75 PPR em virtude da alteração na política de investimento para uma alocação máxima a ações de 75%. Os outros fundos da casa de investimentos aumentaram também os seus limites, nomeadamente o fundo Bankinter 25 PPR (de 20% para 25%) e o Bankinter 50 PPR (de 35% para 50%).