2020: Os fundos de obrigações nacionais com maior rentabilidade ponderada pelo risco

Se no ranking dos fundos de ações o produto que liderava em rentabilidade absoluta obtinha também o maior retorno por unidade de risco, também nos fundos de obrigações o produto com maior rentabilidade absoluta é o que apresenta o maior retorno corrigido pelo risco. Neste sentido, o NB Obrigações Europa continua como produto líder. Entram para o top 10 quatro novos produtos que não observámos quando apenas considerámos a rentabilidade absoluta. São estes o Montepio Taxa Fixa, o BPI Euro Taxa Fixa, o BPI Defensivo e o EuroBic Tesouraria A EUR. Com base em dados da Morningstar até dia 30 de novembro de 2020, registámos a seguinte tabela ordenada pela rentabilidade em relação ao risco. Para os fundos que apareciam neste ranking com mais de uma classe foi considerada a classe em Euros. Considerando que a Morningstar não disponibiliza o valor do desvio padrão para períodos inferiores a um ano utilizámos como proxy o valor a um ano.

Sem surpresas, o destaque vai para os fundos de obrigações NB Obrigações Europa – destacado com o Selo FundsPeople 2020 pela classificação de Blockbuster e o NB Euro Bond – também detentor de Selo FundsPeople 2020 pelas classificações de Favorito dos Analistas e Consistente. Ambos geridos pela GNB Gestão de Ativos, estes produtos destacam-se no ranking com uma rentabilidade por unidade de risco de 1,13% e 1,08%, respetivamente. Estes fundos apresentam a mesma abordagem ao mercado de obrigações, abordagem essa posta em prática pelo gestor Vasco Teles. 

O profissional comentou ainda no primeiro trimestre deste ano, numa entrevista à FundsPeople, a metodologia por detrás do produto líder: “A gestão da carteira não tem como principal preocupação a diluição de riscos, mas a maximização da rentabilidade esperada. Maior granularidade mitigaria riscos de desvios face ao mercado, diminuiria a volatilidade, mas perturbaria a flexibilidade, tempo de reação e enfoque nas ideias promovidas”. Um fundo que, como conta o gestor, privilegia o potencial de rentabilidade, minimizando os desvios face ao índice de referência, recorrendo para isso ao investimento em dívida governamental. A filosofia de maximização da rentabilidade reflete-se nos números, considerando que estes dois produtos líderes são também aqueles que assumiram uma maior volatilidade na prossecução dos seus objetivos de rentabilidade.

O seu equivalente luxemburguês, o fundo NB Euro Bond, que não sendo idêntico, é gerido por Vasco Teles com os mesmos princípios e, para além de se tratar de um produto destacado a nível nacional, também o é internacionalmente - o produto recebeu na edição deste ano dos Morningstar Awards o prémio melhor fundo internacional de obrigações euro. 

Na terceira posição da tabela constatamos uma nova entrada neste espectro: o fundo Montepio Taxa Fixa gerido por Rui Nápoles e Tina Aly da entidade gestora Montepio Gestão de Ativos. Apesar do produto não constar no ranking ordenado pela rentabilidade, consegue ascender à terceira posição quando relacionamos a rentabilidade com o seu desvio-padrão a um ano - o mesmo verificou 0,74 unidades de rentabilidade por unidades de risco.

Os dois fundos líderes nesta reta final de 2020 sob alçada da GNB GA conseguem mesmo ultrapassar a barreira de 1% de rentabilidade por cada unidade de desvio-padrão, conseguindo assim destacar-se dos demais. No geral, os fundos de obrigações nacionais contam com uma boa relação retorno/risco, principalmente se compararmos com os valores que os fundos ações nacionais apresentaram no recente ranking realizado pela FundsPeople e, também se tivermos em consideração o agitado período temporal.