A indústria portuguesa de fundos sofreu impacto dos resgates por aversão ao risco de alguns investidores, desde o início da crise financeira, o que levou a que a dimensão de muitos dos fundos nacionais se visse reduzido.
Assim, dos 253 fundos que apresentam dados na análise da Morningstar, 40% têm património inferior a 10 milhões de euros e 20% inferior a 5 milhões de euros. As categorias de fundos alternativos com um total de 67 milhões de euros, de ‘commodities’ com apenas um fundo de 17 milhões de euros e de acções e protecção de capital com cerca de mil milhões de euros são as que têm menor património sob gestão. Esta dimensão reduzida dos fundos portugueses justifica, em parte, a tendência de fusões verificada nos últimos anos por necessidade de aumentar os volumes sob gestão em determinado tipo de produtos.
Salienta-se que, desde o verão passado, após o discurso de Mário Draghi, se assistiu, gradualmente, a uma “onda” positiva sobre os mercados o que esteve na base das subscrições líquidas positivas para os fundos de investimento. A perda de rendibilidade nos depósitos e a maior tolerância ao risco por parte dos investidores que procuram alternativas para obtenção de rendimento estão na base das razões para a entrada de recursos nos fundos. Neste sentido e, de acordo com a APFIPP, a indústria passou de um total de 11,2 mil milhões de euros em Abril de 2012 para 13 mil milhões no final do mês passado. Na Morningstar, este valor total ascende aos 16,6 mil milhões de euros dado o maior número de gestoras contempladas.