A agenda da reforma do Dax: As oito mudanças que se avizinham no índice

Créditos: Minh Pham (Unsplash)

Foi a 1 de julho de 1988. Frank Mella, editor do jornal financeiro alemão Börsen-Zeitung, tinha criado, a pedido do seu editor, um índice para a Alemanha como centro financeiro. O resultado, o índice bolsista alemão (Dax), foi publicado pela primeira vez nessa sexta-feira. Ainda hoje, este barómetro mostra a evolução das 30 maiores e mais líquidas empresas do mercado de ações alemão.

Apesar de a Deutsche Börse ter posteriormente adquirido os direitos do Dax e de a lista de membros do índice ter mudado, o sistema manteve-se inalterado até à data. Mas agora o Dax está reformado. O seu plano de reestruturação do Dax 30 após mais de três décadas de existência parece um ressurgimento que, segundo a própria Deutsche Börse, pretende transformar o índice numa referência “mais resiliente e representativa”.

Como explica Kai Lehmann, analista sénior de investigação do Instituto Flossbach von Storch, a agenda da reforma do Dax inclui oito pontos. Os mais importantes são dois. O primeiro é que, a partir de agora, só as empresas lucrativas poderão entrar ao índice alemão. Além disso, devem respeitar determinadas normas de governance. Em segundo lugar, também destaca o facto de o Dax passar de ter 30 a 40 valores, enquanto o MDax perderá 10.

Os oito pontos que estão na agenda da reforma do Dax

1.O Dax passará a ter mais 10 valores, enquanto o MDax perderá 10 ações.

2. Enquanto no Dax 30 as empresas novas eram obrigadas a estar cotadas no Prime Standard, agora bastará que estejam cotadas no mercado regulamentado da Bolsa de Frankfurt.

3. Em vez de as grandes empresas entrarem no índice com base no volume de negociação, no futuro a liquidez mínima será suficiente como critério de seleção.

4. Deve ser apresentado e publicado um relatório anual auditado dentro de determinados prazos.

5. Devem ser publicados e apresentados relatórios trimestrais intercalares.

6. Deverá haver um comité de auditoria dotado de pessoal no conselho fiscal.

7. São impostas exigências de rentabilidade para os candidatos a entrar no índice.

8. A partir de agora, os componentes do Dax serão revistos duas vezes por ano.

“Independentemente da forma como o termo rentabilidade é definido e de como é medido para todos os setores, uma coisa é clara: no futuro, os candidatos em queda e aqueles que não cumprirem a obrigação de publicar as suas demonstrações financeiras consolidadas no prazo previsto deixarão de ter lugar no Dax. Da mesma forma, a inclusão de dez novas empresas no índice para expandir o número total para 40 visa melhorar a resistência do Dax a crises”, explica o professor.