A consistência num fundo de tesouraria

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Blondieyooper, Flickr, Creative Commons

A conjuntura económica tem vindo a alterar significativamente a relação entre risco e retorno nos mercados financeiros. Por um lado, a atitude expansiva do Banco Central Europeu espremeu e continua a espremer a rentabilidade das emissões de dívida pública dos países core europeus, com os devidos efeitos secundários nos restantes mercados de fixed income. Por outro lado, os mercados de ações enfrentam um período já prolongado de abrandamento do crescimento dos resultados, e todo e qualquer choque se tem reflectido em volatilidade. É neste contexto que os fundos de tesouraria se apresentam com uma cada vez maior atratividade relativa, especialmente, pela sua componente de conservação de capital e um o perfil de risco/retorno relativamente mais equilibrado.

Já anteriormente destacado como um produto Consistente Funds People, o produto IMGA Extra Tesouraria III, gerido por David Santos Pinheiro, foi recentemente agraciado com o prémio de ‘melhor fundo de curto-prazo’ nos prémios da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) e o gestor dá nota à Funds People das particularidades do produto e da gestão, que o diferenciam dos seus semelhantes.

A receita do sucesso é simples, segundo David Pinheiro, que salienta que o sucesso do IMGA Extra Tesouraria III se deveu “em parte a uma gestão eficaz da liquidez, uma análise criteriosa do risco de crédito dos emitentes em carteira, e a construção de uma relação de longo prazo com instituições financeiras da península ibérica, o que permite aumentar as alternativas de investimento disponíveis e maximizar a rendibilidade do fundo”. Adicionalmente, o produto é gerido com um enfoque “na constante otimização do retorno tendo em consideração o risco de crédito dos emitentes dos instrumentos disponíveis, bem como o risco de liquidez com base na estimativa das vendas líquidas, sempre respeitando a política de investimento”.

Evidentemente, o mercado de liquidez e ativos de curto prazo não está isento de desafios. Falamos, nomeadamente, da “contínua queda das taxas de remuneração dos depósitos a prazo, papel comercial e bilhetes do tesouro, o que dificulta a obtenção de rendibilidade líquida positiva”, como descreve David Pinheiro, o que em conjugação com “rendibilidades em queda e volumes elevados de ativos sobre gestão representa um desafio em termos de gestão da liquidez dado o possível aumento de resgates por parte dos participantes na sequência de rendibilidades decrescentes”.

“As oportunidades de investimento são cada vez mais escassas o que obriga a um trabalho mais exigente de procura de alternativas sem alterar o perfil de risco do fundo, existindo claramente limites da oferta disponível no mercado. Deste modo, torna-se indispensável manter um binómio risco/retorno sustentável e adaptado à realidade atual, e manter uma relação de transparência com os participantes relativamente às expectativas para a rendibilidade do fundo”, conclui o gestor.