A dupla de fundos de obrigações com captações líquidas positivas no mês passado

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bevscwelsh, Flickr, Creative Commons

O penúltimo mês do ano de 2016 registou, tal como a maioria dos meses deste ano, captações líquidas negativas. Em novembro, esse valor foi na ordem dos 106 milhões de euros, que no conjunto de todos os meses do ano atinge um total superior a mil milhões de euros, de acordo com os dados publicados pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios - APFIPP.

Relativamente aos fundos de obrigações, as três categorias em que a Associação divide esta classe de ativos, apresentaram saldo negativo: os Fundos de Obrigações Euro, os Fundo de Obrigações Taxa Indexada e ainda os Fundos de Obrigações Internacionais. Ainda assim, dois produtos conseguiram contrariar esta perspetiva e registaram captações líquidas positivas no mês passado.

Dupla em destaque

O fundo de obrigações que mais captações líquidas registou no mês passado foi o Santander Multicrédito que é da responsabilidade da Santander Asset Management. Em novembro o saldo entre subscrições e resgates foi superior a 5,2 milhões de euros, sendo que nos últimos seis meses o valor em captações líquidas já supera os 21 milhões de euros. Na mesma data, o seu valor em carteira estava praticamente nos cem milhões de euros.

O outro produto com valor positivo, em captações líquidas, foi o NB Obrigações Europa que é gerido por Vasco Teles da GNB Gestão de Ativos. As entradas líquidas de dinheiro no fundo fixaram-se em 2,3 milhões de euros, ajudando a elevar o património para um valor superior a 36 milhões de euros. Na última ficha de produto, referente a novembro, o gestor referiu que foi a exposição à inflação e à Grécia que ajudaram o fundo a crescer. Do outro lado da equação, a "exposição a Itália, Argentina e taxa de juro" prejudicaram o fundo. Em relação às perspetivas, o gestor referiu que o "BCE continua preocupado em proteger o mercado de dívida nos anos mais próximos". Além disso perspetiva, ainda, que os "tempos de reacção do FED serão mais difusos, sendo crescentemente influenciados pela dinâmica internacional; todavia, nos próximos meses, a inflação será decisiva nos movimentos e na frequência". Haverá, também, um novo enquadramento político internacional que "parece emergir, questionando o estatuto do comércio internacional e levantando incertezas quanto ao processo de globalização actual, podendo gerar novos padrões de inflação e crescimento ainda não interiorizados pelos investidores".