Lançado em 2022, o fundo de pensões PPR SGF Doutor Finanças resultou da parceria entre a
SGF, o Doutor Finanças e a Dolat Capital. Com uma filosofia assente em gestão por ETF e um perfil de risco médio-alto, o fundo ganhou verdadeiro fôlego em 2024, muito graças ao trabalho de distribuição dos profissionais do Doutor Finanças. Mais de dois anos após o arranque, o fundo já ultrapassa os 1.350 participantes, com um património sob gestão próximo dos cinco milhões de euros. E, como diz Pedro Teles, diretor na Dolat Capital, “a sua evolução é sustentada numa abordagem estratégica sólida, com foco no longo prazo e numa execução tecnicamente rigorosa, com um tilt para ações e um perfil de risco 4-5”.
A forte componente acionista é um dos traços distintivos do fundo, mas para compreender o racional por trás da alocação, Pedro Teles faz questão de contextualizar o papel da Dolat Capital no advisory do fundo. “Entre as várias coisas que achamos que fazemos bem, uma delas é a utilização de gestão indexada para as nossas carteiras, a par da seleção de ETF. O PPR SGF Doutor Finanças, acaba por ser o resultado de vários anos de experiência no desenvolvimento de metodologias proprietárias, na análise e construção de carteiras através de ETF”, aponta.
Essa experiência reflete-se numa proposta que privilegia a simplicidade na ótica do investidor, sem comprometer a sofisticação na construção da carteira: “Gostamos de dizer que apresentamos soluções simples para o investidor e deixamos a complexidade toda do nosso lado”, explica o profissional. Acrescenta que fazem “análises alargadas, abrangentes daquilo que o mercado disponibiliza para depois culminar numa carteira simples e extremamente otimizada, com elevada diversificação”.
Ainda que os instrumentos sejam indexados, Pedro Teles faz questão de sublinhar que, apesar do recurso a ETF como ferramenta, a abordagem está longe de ser passiva: “Não falamos em gestão passiva, nunca. Os instrumentos indexados ajustam-se às condições de mercado e nós também ajustamos o nosso posicionamento, quando necessário”.
Estabilidade e disciplina
A estratégia do fundo é pensada para resistir ao teste do tempo — décadas, não meses. Mais do que reagir a curto prazo, a Dolat Capital procura um modelo de estabilidade e disciplina. “A estratégia passa por comprar, manter e ajustar só quando necessário”, explica o profissional. Esta estabilidade, diz, é fundamental para beneficiar do poder da capitalização ao longo do tempo, e vem acompanhada de um cuidado constante com os custos: “Claro que para isto - e acaba por ser um corolário da estratégia de comprar, manter e ajustar - é importante ter uma lógica de custos controlados. E é por isso que nós nos focamos tanto em que na composição da carteira tenhamos instrumentos com um custo racional e eficiente”.
A estrutura do fundo é clara e estável. A alocação está atualmente dividida entre 80% e 90% em ações, 5% a 10% em obrigações e 5% a 10% em ouro, mantendo-se dentro da banda prevista desde o seu lançamento. Do lado acionista, o fundo conta com ETF globais que abrangem países desenvolvidos e emergentes, com um reforço recente da exposição à Europa. “Usamos, para a componente de ações um ETF de ações globais, um de países emergentes e agora um ETF de ações europeias. As componentes de obrigações e de ouro servem para diversificar e conferir estabilidade ao PPR”, explica. Na seleção dos instrumentos a utilizar, a réplica física é um critério importante, em todas as classes de ativo.
A operação do fundo está suportada por um modelo algorítmico de rebalanceamento e otimização que disciplina a forma como o capital é alocado. “Somos muito estratégicos no posicionamento e alocação estrutural de longo-prazo. Para a sua implementação usamos um algoritmo proprietário que ajuda a priorizar decisões de compra com base na entrada diária de subscrições. O caminho a seguir é orientado por um processo quantitativo que evita, assim, enviesamentos na implementação”, explica.
Finalmente, o diretor na Dolat Capital reforça um ponto importante do trabalho de aconselhamento do PPR: “Não obstante a forma pragmática e racional como nós olhamos para o fundo, há sempre uma equipa especializada por trás a discutir o produto. Achamos que isso é fundamental”.