As carteiras de investimento dos fundos de pensões deverão refletir o horizonte temporal de muito longo-prazo que está tipicamente implícito. No entanto, isso não significa que se verifique qualquer tipo de passividade de quem está responsável pela sua gestão e os próprios movimentos do mercado resultam numa alteração do mix de ativos que as compõem.
Olhando para as carteiras agregadas dos fundos de pensões abertos conforme divulgado pela APFIPP, vemos que os ativos sob gestão nesta tipologia de fundo de pensões, que inclui os fundos de pensões PPR, ascendia a 2,94 mil milhões de euros no final de 2020.
Deste total, e olhando para as classes de ativos mais gerais, vemos que 50% estão alocados ao investimento direto em obrigações, uns meros 1,5% ao investimento direto em ações e 41% em fundos de investimento. Temos ainda 7,1% na rubrica de liquidez.
Destas, as rubricas que evidenciaram um movimento mais relevante foram duas. Por um lado, o investimento direto em obrigações viu o seu peso recuar dos 52,6% com que se começou o ano. Por outro, os fundos de investimento viram o seu peso crescer quase 4 pontos percentuais. Não obstante, é visível na tabela o quanto estes pesos variaram ao longo do ano, provavelmente como resultado da própria volatilidade dos mercados.
Contudo, a rubrica de fundos e investimento como um todo não nos diz nada acerca da exposição a ativos de risco que isso representa. Assim há que olhar para as sub-rubricas que a compõem. De facto, os ativos de mais de 1.200 milhões de euros que a compõem não se mantiveram igualmente distribuídos nas carteiras.
Entre as sub-rubricas mais relevantes, a dos fundos de investimento de ações viu o seu valo crescer em mais de 110 milhões de euros e o seu peso aumentar de 16% para 17,7%. De igual maneira, a rubrica de fundos de obrigações acumula no final de 2020 mais de 160 milhões de euros a mais do que o valor com que começou o ano. Fechou 2020 a representar 20% do total das carteiras dos fundos abertos.
