O ano de 2018 terminou com uma evolução positiva para os resultados do BiG, que obteve um resultado líquido consolidado de 23,1 milhões de euros em 2018, o que compara com 52,3 milhões de 2017 e os 43,7 milhões de 2016. A rentabilidade dos capitais próprios foi de 6,7% em 2018 e o rácio de Tier 1 era de 31,5% no final do ano.
Sendo um intermediário financeiro vocacionado para o investimento, ao invés do crédito, o BiG deixa claro no seu Relatório e Contas de 2018 que a “atividade em balanço em termos de ativos focou-se em títulos de elevada qualidade e liquidez”, mas também numa abordagem diversificada em que, “como parte de uma estratégia de longo-prazo e de apetência pelo risco, aproximadamente 60% da exposição do banco envolvia risco-país que não Portugal, incluindo outros países europeus, os EUA e América Latina”.
Ao nível do comissionamento, o banco dá conta que as comissões líquidas de serviços de corretagem, retalho, gestão de ativos e advisory diminuíram 5% para os 10 milhões de euros. “As comissões de retalho, corretagem institucional e gestão de ativos decresceram, tendo sido parcialmente compensadas por um aumento das receitas provenientes da colocação e distribuição de títulos de dívida soberana e de empresas. As receitas relacionadas com a prestação de serviços de assessoria financeira aumentaram, refletindo um maior fluxo de mandados, designadamente em Moçambique”.
“O segmento de Wealth Management e Advisory contribuiu com uma receita líquida de 32,1 milhões de euros em 2018, comparativamente a 26,0 milhões de euros em 2017. Para este valor, contribuíram essencialmente as comissões líquidas – provenientes dos ser- viços de corretagem e gestão de ativos – e a margem financeira associada à margem de responsabilidades alocada aos produtos de poupança e produtos de investimento, ao invés de produtos de crédito”, pode ler-se no relatório.
Futuro da entidade
No que se refere aos próximos anos de atividade do banco, o BiG comenta no relatório que Independentemente das condições de mercado, a estratégia de longo prazo definida pelo Conselho de Administração é de manutenção de um perfil de risco baixo, de preservação de capital e de crescimento sustentável, pelo que a gestão de negócio efetuada em 2018 incluiu:
(i) o controlo do apetite por risco e a manutenção de ativos financeiros em carteira durante períodos médios mais longos;
(ii) o foco em aumentar uma margem financeira estável, mas contrabalançada pela redução dos ganhos provenientes de trading e investimento;
(iii) a decisão estratégica de expansão para Espanha de parte do negócio de plataformas de negociação/Wealth Management; (iv) a continuação dos investimentos cuidadosamente selecionados nas componentes digitais no negócio de clientes do Banco, gerador de comissões e não baseado em crédito.
Sobre a expansão ibérica, o BiG refere que prevê iniciar sua atividade bancária em Espanha durante o ano, sendo que, “numa primeira fase, o foco será essencialmente em plataformas de negociação, na captação de recursos de clientes, na gestão de ativos e na prestação de serviços de assessoria financeira”.
“No primeiro trimestre de 2019, a constituição da sucursal do BiG em Espanha foi inscrita no Registro Mercantil de Madrid. Na sequência da constituição formal da sucursal, o Banco arrendou um espaço para escritório no centro de Madrid e, ainda no primeiro trimestre de 2019, iniciou a contratação de novos colaboradores para integrar a sucursal”, pode ler-se no relatório.