A gama Avenir da gestora Groupama AM, na qual se incluem fundos como o Groupama Avenir Euro, cumpre em outubro o seu primeiro ano com a nova equipa gestora, após a saída de Cyrille de Carrière para a Lonvia Capital.
Para o substituir entraram em cena Stephane Fraenkel e Hervé Lorent e a transição pode ser considerada como um sucesso. Nestes doze meses os fundos (o mencionado Groupama Avenir Euro, G Fund - Avenir Europe e G Fund - Avenir Small Cap) acumularam rentabilidades próximas de 50%.
Os seus novos gestores falaram em exclusivo com a FundsPeople sobre as mudanças que fizeram neste primeiro ano à frente da estratégia. O primeiro que deixaram claro foi que a filosofia, que a gestora tem aplicado nos últimos 25 anos, manteve-se intacta. “Continua a ser a mesma: procurar empresas de qualidade que apresentem um rápido crescimento analisando aspetos como a qualidade, o crescimento, o risco e as valuations”, afirma Stephane Fraenkel. Sublinha, porém, uma pequena variação face à etapa anterior: “É talvez uma gestão mais de equipa e não tão individualizada como antes”.
Uma carteira muito tech
Na sua equipa conta com Hervé Lorent, gestor especializado em pequenas e médias empresas europeias e que vem do Credit Mutuel. Ambos aplicam na seleção da carteira, muito concentrada (em apenas 40 títulos), o processo de stock picking baseado na análise dos fundamentais das empresas e das suas avaliações, atendendo sempre a critérios de liquidez. “Podemos vender 40% da carteira em apenas sete dias, por isso, a liquidez não é algo que nos preocupe, embora a monitorizemos”, afirma Fraenkel.
Atualmente, os setores com mais sobreponderação na carteira do Avenir Euro, que tem mais de 2.000 milhões de euros em ativos sob gestão, são a tecnologia e a medicina e a saúde, que pesam 35% e 26%, respetivamente. E no primeiro setor encontraram novas oportunidades na área do comércio eletrónico. Quanto aos países, as maiores exposições são à Alemanha, França e Itália.
Apesar de ser um fundo de elevada convicção – investem em empresas tendo em conta o seu potencial de crescimento nos próximos cinco anos – nenhuma das maiores posições pesa mais de 6% da carteira. Além disso, ao entrar em novas empresas nunca investem menos de 1% da carteira. “Isto mostra que temos de ter uma convicção clara em relação aos títulos que temos na nossa carteira”, afirmam.
Além disso, neste processo de seleção de valores, têm em conta, para além de critérios financeiros, os extra-financeiros como a integração de critérios de ESG. Sem surpresas, precisamente a experiência no ISR é um dos pontos fortes de Fraenkel, que lhe valeu receber um prémio no ano passado na sua gestora anterior pelo fundo Tocqueville Technology ISR. Com efeito, tanto o Avenir Euro como o Avenir Europe estão agora classificados como artigo 8.º, de acordo com os critérios do novo regulamento SFDR.