Paulo Caetano, Presidente da APCRI, falou recentemente à Funds People Portugal sobre o sector e o seu desenvolvimento. Confira as respostas da segunda parte da entrevista.
Poderemos assistir a um aumento do Venture Capital para os 500 milhões de euros?
Penso que pode, mas ainda vai demorar. Penso que os novos operadores vão apostar em Venture Capital sendo que podem atingir os 500 milhões em 4 ou 5 anos.
Espera que o fundraising comece a crescer?
Acho que o fundrasing pode crescer mas não em Portugal. Porque os tradicionais investidores, a bancos eestado, pelas razões conhecidas não são investidores. Restam os fundos de fundos, fundos de pensões e o mercado segurador. Acho que as equipas têm que fazer fundraising fora de Portugal para que possa resultar.
As grandes diferenças entre 2012 e 2013?
Não há muitas diferenças. Sinto que o ano passado foi um ano diferente, porque apareceram grandes operadores que se focaram, essencialmente, no turnaround e na revitalização. Tivemos um impulso grande com os fundos revitalizar.
Qual é o grande Papel da APCRI?
O papel tem sido sobretudo de apoio legal. A ultima diretiva teve um importante contributo da APCRI. Temos tido um papel essencialmente de cumprimento das realidades internacionais. Promovemos ações de formação nacionais e internacionais, promovemos a informações no sector, criamos base de dados de informação para o sector, entre outros.
Como está Portugal no mundo do Capital de Risco?
Portugal tem um enquadramento fiscal interessante. Quando nasceu este enquadramento, Portugal batia-se com os melhores. No entanto o país perdeu posição competitiva, não porque tenha piorado mas sim porque os outros fizeram melhor, o país não evoluiu. A grande dificuldade em Portugal é a escassez de capitais próprios nas sociedades e não estamos a dar a devida importância num sector estratégico.
Como classifica o sector do capital de risco em Portugal?
Sinto que há uma afastamento da banca do sector, o que não me surpreende. Já o operador público não consegue passar a sua mensagem apesar do seu valor. O sector publico deveria ser o garante das falhas de mercado.
Sinto, também, uma certa demora no surgimento de um maior numero de operadores.. Fico contente porque também tem aparecido um modelo que eu gosto especialmente, o Corporate Venture. Tenho sentido que as empresas olham internamente para este modelo como veiculo de desenvolvimento de entidades não core que podem ser core a prazo se se desenvolverem.
O que acha da legislação? Mudava alguma coisa na existente?
Ao contrário do que acontece no resto da Europa, o sector do Capital de Risco em Portugal já era regulado. O que significa que o sector já está habituado a cumprir os seus compromissos, sobretudo ao nível do reporte e do acompanhamento. Estas duas situações vão sofrer um certo acréscimo, mas nada de especial em relação ao que já existe.