A indústria responde à agressão do Kremlin: o mercado russo é expulso dos índices

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Créditos: Anwaar Ali (Unsplash)

A indústria responde à agressão do Kremlin. A MSCI decidiu expulsar a Rússia da categoria de mercados emergentes. Tendo em conta as sanções aplicadas pelo Ocidente e a situação que atravessa a Bolsa de Moscovo, o provedor de índices decidiu reclassificar os índices russos dentro da categoria de mercado isolado. A mudança tornar-se-á efetiva no próximo dia 9 de março.

A decisão da MSCI baseia-se nos resultados de uma consulta realizada pelo provedor no passado dia 28 de fevereiro a investidores institucionais internacionais, na qual lhes foi perguntado sobre a acessibilidade e capacidade de investimento do mercado de valores russo após os recentes acontecimentos. Neste sentido, uma grande maioria confirmou que este mercado atualmente não é investível e que os valores russos deveriam ser eliminados do índice MSCI de mercados emergentes.

As gestoras movem-se

As gestoras internacionais também estão a seguir a linha da indústria. Desde o passado dia 28 de fevereiro, a BlackRock suspendeu a compra de todos os valores russos nos seus fundos indexados e ativos. E não só. Estão a ser proativos e a incentivar os seus provedores de índices a eliminarem os valores russos dos índices gerais. E já se está a notar a mudança. Vários dos seus principais provedores de índices anunciaram a eliminação dos valores russos dos seus índices, o que entrará em vigor na próxima semana.

E não estão só no radar do mercado russo. A Schroders anunciou que não investirá em ações russas ou bielorrussas. Ou seja, estão a analisar as suas participações não russas para entender como estão a gerir os seus negócios na Rússia, Bielorússia e Ucrânia, as suas cadeias de fornecimento e as participações que podem possuir ou gerir. “Estamos a colaborar com essas empresas para nos assegurarmos que respondem adequadamente à crise atual”, conta.

Tranquilidade: a exposição à Rússia já era mínima

Dito isto, a indústria lança uma mensagem de tranquilidade. A exposição ao mercado russo já era por si só limitada. No caso da BlackRock, os títulos russos representam menos de 0,01% dos ativos dos seus clientes e materializam-se principalmente nas carteiras indexadas. Também acontece o mesmo na Schroders. A gestora britânica comunicou que a sua exposição à Rússia, Bielorrússia e Ucrânia é mínima, representando menos de 0,1% dos ativos geridos.

"Continuaremos a consultar ativamente os reguladores, fornecedores de índices e outros participantes do mercado para ajudar a garantir que os nossos clientes podem sair das suas posições em títulos russos, quando as condições regulatórias e do mercado o permitam", afirma a BlackRock.