“A inovação faz parte do nosso ADN”

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César Muro, especialista em investimentos passivos da Deutsche Asset & Wealth Management (Deutsche AWM) destacou, numa recente visita a Lisboa, a crescente importância dos exchanged traded funds (ETFs) no mundo do investimento e o posicionamento da sua entidade neste segmento de negócio.

Segundo a PwC o valor investido em ETFs vai duplicar o seu peso nos fundos de investimentos, passando de 11% para cerca de 22% em 2020, o que representa um aumento de 15 biliões de dólares. 

O “ano de 2012 foi o melhor da história para os ETFs, e este ano de 2014 poderá trazer um novo recorde”, acredita César Muro. E porquê? Para o especialista da Deutsche AWM um grande impulso é dado pelo maior “apetite dos investidores institucionais nos EUA que começam a utilizar os ETFs de uma forma mais estratégica. Já na Europa esta tendência começa agora a revelar-se”.

Muro aponta como grande fontes do crescimento verificado neste segmento de negócio “os ETFs sobre obrigações”, produtos que oferecem maior liquidez do que oferecem o conjunto de obrigações subjacentes e ainda permitem uma exposição mais eficiente ao mercado, através da gestão da duration e ajustes tácticos da carteira”. Além disso, o peso atual dos fundos de gestão passiva no mercado global de obrigações é excessivamente baixo, cerca de 0,3% do valor total quando os fundos de gestão ativa pressupõem um peso na ordem dos 5%.

Outro factor mencionado por César Muro é o strategic beta ou smart beta que está a “ganhar mais popularidade entre os investidores que, cada vez mais, revelam um grau de aceitação mais elevado relativamente a essa solução de investimento”. O especialista justifica esta tendência com a revelação de estudos académicos que identificam “algumas ineficiências dos índices tradicionais ponderados por capitalização e, ainda, a existência de fatores sistemáticos que podem ser capturados pelos investidores”. As pesquisas apontam para uma percentagem de 36% de investidores que planeia investir em smart beta e 28% que já o fizeram.

A oferta da gestora

“A Deutsche AWM está focada em oferecer soluções aos investidores e temos vindo dar a conhecer o serviço de construção de carteiras com ETFs”, assinala César Muro. O especialista dá alguns exemplos como o caso da “construção de carteiras de baixa volatilidade com países ou sectores: escolha entre países desenvolvidos ou emergentes, estratégias equal weight com ETFs de países ou a aplicação de estratégias de rotação sectorial baseadas no momentum”. Todas estas soluções são “ajustadas ao perfil de risco do investidor”, reforça.

A criação da equipa de capital markets também ajudou a gestora a melhorar a sua prestação. Com esta equipa a Deutsche AWM consegue “assessorar e ajudar a executar os ETFs de uma forma mais eficiente e barata”, aclara César Muro. “Estamos muito focados nos clientes e temos uma gama core de ETFs com os custos totais mais baratos no seu segmento de mercado na Europa, que vai desde 7 pontos base (p.b.) no MSCI USA ou 9 p.b. no EuroStoxx 50, DAX, Nikkei 225 e ainda no FTSE 100”, evidencia.

Inovação

No início do ano a entidade lançou o primeiro ETF do mundo que replica o principal índice de obrigações a nível global e que só investe em títulos investment grade (rating médio atual AA): o db x-trackers Barclays Global Aggregate Bond index UCITS ETF. Este ETF segue um índice que inclui quase 16 mil obrigações de mais de 70 países e 23 divisas diferentes. Também a variedade é grande neste índice, já que podemos encontrar dívida soberana e corporativa, além de covered bonds e residential mortgage-backed securities (RMBS).

A inovação faz parte do nosso ADN”, afirma César Muro. “Temos lançado ETFs que oferecem exposição ao novo paradigma de investimento: o equity factor investing”, explica. Value, quality, momentum e low beta são alguns dos factores tidos em consideração nesta análise e evolução por parte da Deutsche AWM.