“A recuperação lenta da economia originou um aumento agressivo dos NPL em alguns países europeus”

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Tax Credits, Flickr, Creative Commons

O relatório “Risk Outlook” de outono, publicado pela CMVM, analisa os diversos factores de risco que afetam a economia global e, particularmente, a economia nacional. No que concerne as valuations dos ativos, momeadamente no sector bancário, a entidade reguladora deixa claro que “a comparação da evolução do rácio price-to-book (PB) para os maiores bancos europeus e norte-americanos cotados, bem como para os bancos cotados portugueses, evidencia um elevado contraste entre o período anterior e posterior à crise financeiras de 2007-2008”. Em 2007, o PB superou os 1.5, tanto nos bancos europeus como norte-americanos, enquanto que em setembro de 2016, o rácio não ultrapassa os 0,55 e 0,92, respetivamente. “Os bancos europeus mostraram uma pior performance do que os seus pares dos EUA, mesmo no pico do período de stress financeiro”, comenta a CMVM.

Neste sentido, para a entidade “a economia europeia provou ser menos resiliente do que a norte-americana, relativamente aos choques adversos no crescimento da economia e no emprego”, sendo que a “recuperação mais lenta da economia da UE originou um aumento agressivo dos non-performing loans (NPL) em alguns países europeus, evolução mais notável em países como Itália e Portugal”.

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No PSI20

Os resultados da principais empesas cotadas, especialmente as pertencentes ao sector bancário, “recuaram para território negativo, especialmente nos últimos anos”. Como resultado, a CMVM destaca que “rácios como o price to earings (PE) e o cyclically-adjusted price to earnings (CAPE) não têm significado”. No entanto, a entidade regulatória relata que “o PSI20 viu um ligeiro aumento do rácio PE associado a resultado positivos de 2014 em diante”, embora “as empresas do PSI20 tenham experimentado um declínio da taxa de lucros no primeiro semestre de 2016 (-0,44%, contra os 2,15% em dezembro de 2015)”.