A rotação para o value também chega aos fluxos de fundos de ações europeias e americanas

risco e retorno
Créditos: Priscilla Du Preez (Unsplash)

Se olharmos com atenção para os movimentos das ações dos últimos meses, os mercados estão a virar-se para os setores mais cíclico-value e a sair dos growth-defensivos. A grande rotação responde a uma expectativa de maior inflação e ao começo da recuperação económica. Os investidores estarão a fazer o mesmo via fundos?

É uma premissa a priori complexa de testar com dados. Principalmente porque não existe uma divisão clara do que torna um fundo value ou growth. Mas podemos fazer uma aproximação através dos fundos de ações europeias ao analisar por viés de estilo. E apesar de apenas uns meses de fluxos não confirmarem uma tendência, podemos ver uma certa rotação.

Segundo dados da Morningstar, no fecho de abril, em 2021 entraram 2.139 milhões de euros líquidos em Europe Large-Cap Value Equity. Pelo contrário, saíram 1.376 milhões de euros do Europe Large-Cap Growth Equity. Como podemos ver no gráfico seguinte, dos fluxos líquidos mensais nos últimos 10 anos, após as grandes crises vêm meses de entradas positivas para a categoria. Claro que seguidos de outros tantos meses e anos de seca.

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Contudo, deve-se destacar que a aposta está concentrada. O Amundi Funds European Equity Value, fundo da Amundi com Selo FundsPeople 2021 pela sua classificação de Blockbuster, captou no ano 1.127 milhões de euros líquidos. O seguinte produto por fluxos líquidos, o iShares Edge MSCI Europe Value Factor ETF da iShares (BlackRock) viu quase metade, 745 milhões de euros nestes primeiros quatro meses.

Rotação em fundos país, mas não globais

Tal como acontece com os fundos value de ações europeias de grande capitalização, os seus homólogos value de ações americanas também estão a gozar do interesse do investidor. A categoria US Large-Cap Value Equity teve entradas líquidas de 7.330 milhões neste 2021. Para comparar, o US Large-Cap Growth Equity teve saídas líquidas de 1.620 milhões de euros. E, de novo, como acontece com os europeus, estes fluxos positivos respondem principalmente aos movimentos de março (mais forte) e abril.

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No entanto, curiosamente, esta rotação não se está a ver nas categorias globais. Por exemplo, em Global Large-Cap Growth entraram 12.892 milhões face aos 1.908 milhões de Global Large-Cap Value Equity.