Ações e commodities dividem preferências dos investidores de ETF em julho e agosto

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Austin Distel, Unsplash

Os dois meses que concentram o maior tempo de lazer e de diversão do ano - julho e agosto – corresponderam a robustas valorizações quando o calendário de apresentação de resultados não constituiu um cenário catastrofista”. São estas as palavras que João Queiroz, head of online banking do Banco Carregosa, utiliza para caracterizar o cenário dos mercados nos dois meses passados e que ajudam a contextualizar as escolhas dos investidores de ETF.

O profissional aponta que neste período, as tecnológicas continuaram a assumir uma crescente função “numa economia mais tecnológica, interativa e baseada numa indústria de processadores com acrescida capacidade de armazenamento de dados”. Estes setores tecnológicos, “liderando as preferências de estratégias de curto e médio prazo pelo seu robusto desempenho, passaram também a estar mais presentes nas alocações de carteiras passivas”.

Neste contexto, saíram beneficiados os índices acionistas nos quais as empresas deste setor apresentam maior ponderação. Assim, “o S&P 500 assumiu uma relevância extrema, com o mês de agosto a representar o melhor de 20 anos com uma valorização de aproximadamente +7%, em que o Nasdaq100 acumulou em 8 meses mais de 40%, quando as yields das dívidas continuam a comprimir e a estimular a procura por ações e por metais preciosos”, resume João Queiroz. Não é por isso de admirar a presença de ETF que reproduzem estes índices, ou que se focam em temas como o investimento em ouro, entre as preferências dos clientes da instituição.

Também no Banco Best foi patente a divisão entre dois temas por parte dos investidores em veículos passivos. Novamente, Rui Castro Pacheco, diretor-adjunto da entidade, dá conta da predominância de ETF de índices acionistas e de commodities. Nos primeiros, o profissional refere “uma maior preferência por índices europeus, com os ETF iShares Core EURO STOXX 50, iShares EURO STOXX 50 e iShares STOXX Europe 600”. Em suma, os dois primeiros instrumentos “concentram a sua carteira nas 50 maiores empresas europeias e o último com uma abrangência mais ampla nas principais 600 empresas”.

Contudo, tal como aconteceu no Banco Carregosa, as subscrições dos clientes assumiram um âmbito global, com a procura a estender-se aos índices de ações globais, através dos ETF iShares Core MSCI World e da sua respetiva classe Euro Hedged, e americanos. No que toca aos mercados do outro lado do Atlântico, os instrumentos preferidos foram o “ComStage Dow Jones Industrial Average e o Invesco EQQQ NASDAQ-100, com o primeiro a seguir o mais tradicional índice Dow Jones e o segundo a seguir o índice mais tecnológico Nasdaq”, revela Rui Castro Pacheco.

Por fim, para além destes índices mais geográficos, os clientes do Banco Best também procuraram exposição ao ouro e prata, "com os ETFs iShares Gold Trust e iShares Silver Trust, respetivamente”. Houve ainda espaço para a presença de um outlier: o ARK Innovation, um ETF temático especializado na inovação.