A gestora norte-americana celebra este ano o seu 17º aniversário no mercado europeu. “Garantir que os nossos ETF estão disponíveis nas principais plataformas digitais de distribuição é uma prioridade”, comenta o vice-presidente executivo e responsável para a Europa.
O especialista Alexis Marinof gosta de lembrar a sua equipa que nesta indústria altamente competitiva são como David vs. Golias. Que são a WisdomTree, uma gestora independente que só oferece ETF, contra os grandes players da gestão de ativos que agora olham para os fundos negociados em bolsa como uma nova via de crescimento. “Como um fornecedor de ETF puro, temos de continuar a trabalhar arduamente e a inovar de uma forma inteligente”, insiste o vice-presidente executivo e responsável pela Europa.
A gestora norte-americana celebra este ano o seu décimo aniversário no mercado europeu. Uma década desde que lançaram a sua proposta focada exclusivamente nos ETF do Velho Continente, uma rara avis na indústria, o que lhes permitiu beber do crescimento do segmento de mercado.
“Quando comecei nos ETF, havia apenas 250.000 milhões em ativos sob gestão na Europa; hoje é uma indústria de 2.000 milhões. Foi um crescimento espetacular, de 15-20% anualizado. E isto apesar da fragmentação do mercado de capitais europeu face ao norte-americano”, diz o executivo. A sua previsão é que esta taxa de crescimento se mantenha e seja alargada a mais regiões. Por exemplo, vê um potencial de crescimento interessante em mercados europeus mais fronteira, como a Europa Oriental.
Foco na distribuição digital ao retalho
E não só acelerará a expansão geográfica, mas também por segmentos. Um dos principais impulsionadores que Marinof identifica é o mercado de retalho. “Ao contrário dos Estados Unidos, na Europa o principal cliente dos ETF tem sido o investidor institucional, mas agora estamos a ver uma crescente adoção pelo retalho graças às plataformas digitais”, afirma.
De acordo com os seus cálculos aproximados, 20% do seu crescimento em ativos já veio desse segmento de clientes, uma taxa superior à média geral do mercado. “É uma das nossas prioridades estratégicas garantir que os nossos ETF estejam disponíveis nas principais plataformas de distribuição digital", afirma. De facto, há cinco anos criaram uma equipa de vendas dedicada exclusivamente à distribuição digital.
Como assinala corretamente Marinof, a relação entre aforradores e distribuidores está a mudar. “A forma como o retalho entra no mundo dos investimentos está a evoluir”, insiste. “Isso também deve fazer com que muitos intermediários reflitam. O que lhes acontecerá se não conseguirem formar a mesma relação de confiança com os futuros clientes?”, questiona.
Tendência
“Com os ETF, sinto que o setor pode fazer a diferença. Permitem-nos colocar o investimento com qualidade institucional nas mãos de todos”, diz Marinof. Oferecer uma gama diferenciada sempre foi a marca registrada da WisdomTree. Assim, o gestor é o maior provedor de ETF puro do mundo e o maior provedor de ETF de commodities na Europa. “E estou fascinado que os ETF de commodities não sejam maiores do que são”, lamenta.
Na sua opinião, a exposição a matérias-primas, por exemplo, com ETP, deve representar uma maior percentagem da alocação de ativos. “É mais uma forma de aceder às principais megatendências, como a transição energética”, salienta.
Também tem esta visão relativamente aos ETP de criptomeodas. “Após a aprovação pela SEC dos ETP físicos de bitcoin dos EUA, vimos um fluxo significativo de entradas nos nossos produtos e na classe de ativos mais ampla. Se as criptomoedas já representam 1% do mercado, não ter exposição na sua carteira é tomar a decisão ativa de estar subponderados”, diz.