Alguns pontos sobre como os CEO veem este ano de 2021

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Créditos: Riho Kroll (Unslpash)

Nas últimas semanas, consultoras como a KPMG e a PwC deram a conhecer os seus inquéritos anuais a CEO. Ambas podem ser mais um termómetro para medir a confiança dos grandes empresários na recuperação económica, em geral, e nos seus próprios negócios em particular.

Ainda que cada inquérito conte com uma metodologia e perguntas diferentes, há três conclusões que se podem retirar. A primeira é que apesar de o sentimento económico ter melhorado face a 2020, ainda é cedo para poder falar de um regresso à normalidade, de um regresso ao mundo (e aos números) que tínhamos antes de surgir a pandemia em março de 2020.

Por exemplo, segundo o CEO Survey de KPMG (inquérito realizado a 500 CEO de 11 mercados) só 31% dos inquiridos acredita que vamos regressar à normalidade em 2021. 45% espera que esse back to normal aconteça em 2022 e os 24% restantes acredita que o seu negócio mudou para sempre.

Melhoria da economia, não tanto do negócio

Mas uma coisa é não regressar à normalidade e outra é não ter um otimismo face à evolução económica que se pode esperar para os próximos doze meses. De facto, o CEO Survey 2021 de PWC realizado a partir de mais de 5.000 inquéritos, mostra que ainda que 76% dos CEO acredite que a economia melhorará nos próximos doze meses, só 36% se mostra confiante num crescimento dos seus lucros no mesmo período. Um pouco mais, 47%, assim o espera quando se amplia o prazo para os próximos três anos.

Fonte: 24TH CEO Survey PwC

Os grandes riscos são...

Outra das conclusões na qual ambos os inquéritos coincidem é no momento de assinalar os riscos que enfrentam os CEO a curto prazo. Devido à pandemia, que é sempre o grande risco a ter em conta, o primeiro risco são os cibercrimes. Principalmente tendo em conta a digitalização forçada que precisamente a COVID-19 nos obrigou e as restrições que trouxe consigo.

Por exemplo, segundo um estudo da KPMG, o risco de cibersegurança passou desde agosto de 2020 do quinto para o primeiro lugar, enquanto no segundo lugar empataram o risco normativo e fiscal.

Fonte: CEO Survey 2021 de KPMG

O risco de cibersegurança é no inquérito da PwC o segundo apenas atrás da pandemia. Enquanto o segundo e o terceiro lugares são ocupados respetivamente pelos riscos normativo e político.

O investimento em tecnologia, um ponto-chave

Talvez esse medo de um ataque cibernético, juntamente com a digitalização do trabalho que a pandemia trouxe consigo, sejam duas das razões pelas quais os CEO reforçaram os seus investimentos em tecnologia e continuarão a fortalecê-los no futuro. Ao fim e ao cabo, segundo os dados da KPMG, 61% das empresas esperará pelo sucesso da vacinação nos seus mercados antes de pedir aos trabalhaores que regressem ao escritório.

Quão importante serão os planos das empresas para o investimento tecnológico? Segundo dados da PwC, cerca de metade dos CEO prevê investir mais 10% em tecnologia ou mais do que isso no longo prazo na transformação digital da sua empresa.

Fonte: 24TH CEO Survey PwC