Capitular após as maiores quedas semestrais não parece ter sido uma boa estratégia para investidores de longo prazo no passado.
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O primeiro semestre de 2022 será difícil de esquecer para muitos investidores. Se tomarmos como referência o mercado norte-americano, os primeiros seis meses do ano foram de longe o pior período para uma carteira de 60-40. Uma carteira composta por 60% do índice S&P 500 e 40% do Bloomberg US Aggregate obteve um retorno de -16,1 %.
Para se ter uma ideia da magnitude da queda, basta dizer que, no primeiro semestre de 2008, em plena crise financeira, quando sofreu o segundo maior colapso, a queda foi de 6,7%, praticamente 10 pontos a menos do que o registado desta vez. A principal conclusão é que nem ações, nem obrigações funcionaram desta vez.
Fonte: Compound. @CharlieBilello. Dados a 30 de junho de 2022.
“Nas últimas oito vezes que o S&P 500 caiu num ano, as obrigações terminaram com subidas, amortecendo o golpe. Em 2022 a história foi bem diferente. Tanto as ações como as obrigações caíram mais de 10%, algo que nunca vimos”, diz o famoso consultor americano Charlie Bilello. Agora, com um alto risco de recessão iminente e a Fed a subir as taxas, é hora de vender?
O que a história nos diz
Com base na história, o CEO e fundador da Compound Capital Advisors acha que não. Isto justifica-se pelo facto de o Wilshire 5000, índice ponderado pela capitalização de mercado que reúne todas as ações americanas que são negociadas ativamente nos Estados Unidos, ter caído 20,9% no primeiro semestre de 2022. É um dos piores períodos semestrais para ações dos últimos 50 anos.
“Capitular após as maiores quedas semestrais não parece ter sido uma boa estratégia para investidores de longo prazo no passado. Os retornos futuros em períodos seguintes de três, cinco e 10 anos foram todos positivos. E, em média, significativamente maiores do que noutros períodos. No curto prazo, tudo pode acontecer. E, por enquanto, poucos investidores acreditam que o mercado chegou ao fundo”, reconhece.