Ano de 2021 marcado pelo reforço da atividade de depositário do Bison Bank

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Créditos: Ricardo Rocha (Unsplash)

Num ano em que o progresso da COVID-19 continuou a afetar “de forma significativa a capacidade do banco em executar o seu plano de negócios”, o Bison Bank apresentou um prejuízo em linha com o do ano anterior, nos -7 milhões de euros. O impacto da pandemia “foi particularmente notado nas atividades de Wealth Management e Banca de Investimento, que têm uma forte componente cross border”, como indicam no relatório anual. O prejuízo indicado exclui o “evento extraordinário de desvalorização do fundo Discovery”, com um impacto na ordem dos 3 milhões de euros. 

Relativamente à atividade do ano, Bian Fang, presidente da Comissão Executiva indica que “no serviço de custódia, para além das atividades relacionadas com o banco depositário, o banco captou mais de 1.000 clientes internacionais, de mais de 80 países, visando investimento em fundos de capital de risco e fundos de private equity, ao abrigo do programa Golden Visa português”. 

Deixa claro também que nos serviços de gestão de património e banca de Investimento, que foram particularmente afetados pela pandemia, se “mantiveram os esforços no aumento gradual dos ativos sob gestão e na prestação de serviços de consultoria transfronteiriça nos domínios de M&A e dos mercados de capitais de dívida”.

Gestão de ativos e depositário

No relatório fica patente que “o esforço comercial, aliado a uma ampla oferta de produtos e serviços, e um desempenho positivo da gestão de ativos traduziu-se num aumento do volume sob gestão, que é esperado crescer significativamente e de uma forma sustentada durante 2022”.

Sobre os serviços de depositário, destacam “a forte dinâmica de mercado observada ao longo do último ano em Portugal, no que diz respeito à constituição de novos fundos de capital de risco e SICAFI”, que “foi determinante para a atividade comercial do Bison Bank ao longo de 2021”. Isso traduziu-se, segundo indicam, no crescimento do número de clientes institucionais e fundos com este serviço, mas também, “de forma muito significativa o número de participantes destes fundos, nomeadamente Investidores internacionais com interesse em aderirem ao Programa Autorização de Residência para Atividade de Investimento (ARI)”. 

Em 2021 o banco depositário e os serviços de custódia viram crescer os ativos sob supervisão de 385 milhões de euros, para 1.365 milhões de euros no final do ano. A instituição financeira viu crescer significativamente as suas receitas de comissões no ano, para os 2,47 milhões de euros. 

O ano de 2022

Em 2022 o banco “tem como objetivo ter uma abordagem mais focada, em particular nas áreas de banco depositário, para clientes institucionais domésticos, e de custódia e execução, para clientes particulares e institucionais essencialmente de base internacional. Complementarmente, o Banco prestará serviços nas áreas de consultoria para investimentos e banca de investimento, numa lógica cross-border. Serão privilegiados os canais digitais no desenvolvimento da atividade, sendo a mesma suportada numa estrutura simplificada”, indicam no relatório.

No campo digital, foi também anunciado recentemente que o Banco de Portugal autorizou a Bison Digital Assets a operar em Portugal no negócio de custódia e câmbio de ativos virtuais. “A empresa, a ser criada de raiz e a operar sob a marca Bison Digital, é integralmente detida pelo Bison Bank, e como tal passará a oferecer aos seus clientes e parceiros um novo e mais amplo conjunto de produtos e serviços que, alinhados com as tendências e demandas neste novo segmento, atendem às suas necessidades globais relacionadas a ativos financeiros e virtuais, por meio de uma plataforma regulamentada e segura”, pode ler-se no website da instituição financeira.