As duas soluções da Newton (BNY Mellon IM) para um contexto de baixo crescimento e baixa inflação

Sasha Evers
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Cautela é a palavra que define a estratégia da Newton, parte da BNY Mellon IM, nas suas perspetivas para 2020. Ao fim e ao cabo, segundo explicou Sasha Evers, diretor geral da BNY Mellon para a Península Ibérica, existem quatro grandes fatores de risco que a economia (e o mercado) vão enfrentar no próximo ano. “Os quatro fatores de risco são as políticas monetárias, os problemas estruturais, as valorizações e os riscos geopolíticos num contexto de baixa inflação e baixo crescimento”, afirma Evers.

Ainda que todos sejam fatores que não são exclusivos do curto prazo, há um que pode ter mais influência nos prazos mais curtos. O mesmo que provocou o rally dos mercados na última década ou, melhor dizendo, o que está cada vez mais próximo de alcançar o seu limite: a política monetária. “O QE infinity tropeça na realidade e isso distorce mais os mercados de obrigações. A próxima fase poderá ser a política fiscal”, afirma Evers.

Se finalmente essa política fiscal se tornar numa realidade há, segundo pensa, alguns ativos que poderão ser beneficiados como o investimento em energias renováveis, infraestruturas ou temáticas relacionadas com o aquecimento global, ou com veículos elétricos. Mas até nesse contexto, a estratégia da Newton passa por apostar numa maior diversificação das carteiras e em estratégias que permitissem preservar o capital além de gerar rentabilidades estáveis.

Por isso, um dos fundos que recomendam ter em carteira neste contexto é o BNY Mellon Global Real Return, produto que conta com o Selo Funds People 2019 pela sua classificação Blockbuster. “O importante é não concentrar o risco num único ativo, mas ter uma gestão mais global com uma abordagem multi-ativos que se adapta ao longo do ciclo e que procura é superar a Euribor +4% a longo prazo”, afirma Evers.

Atualmente o fundo mostra um posicionamento mais defensivo já que a exposição líquida a ações é de apenas 11%, a mais baixa desde que o produto foi lançado em 2004. Pelo contrário, onde o fundo se mostra mais positivo é na dívida de mercados emergentes e também no ouro, que utiliza como ativo refúgio, enquanto utiliza a sua exposição a obrigações governamentais como uma cobertura dos seus ativos de risco. São mais cautelosos a respeito da dívida corporativa já que, segundo explica Evers “o spread dos mercados de crédito não compensa tanto se acontecer uma grande desaceleração económica mundial”.

O outro produto que recomendam para este complicado contexto é o BNY Mellon Global Equity Income, um fundo de ações onde os dividendos são os grandes protagonistas. “No contexto de crescimento e inflação baixas, os dividendos fazem mais sentido, são atrativos e são defensivos”, afirma Evers. Além disso, incide que no momento de compor a carteira não prestam tanta atenção às empresas com dividendos crescentes, focam-se mais nas que demonstraram ter dividendos estáveis. “Temos uma disciplina de investimento e para incluir uma ação tem de ter um prémio a respeito do dividendo médio do índice (FTSE World TR). Se esse dividendo cair abaixo da média, vendemos a ação”, afirma Evers. Atualmente, 77,3% dos valores onde investe oferecem uma dividend yield superior a 4%.