No universo dos fundos de ação climática, existem certas empresas que se repetem incessantemente nas carteiras. A Morningstar, no seu mais recente relatório Investing in Climate Change 2022, identificou quais são os valores que mais aparecem nos produtos mais comprometidos com a sustentabilidade. No seu estudo, a empresa de análise faz a divisão em quatro tipologias: empresas que mais se repetem nos fundos com baixa pegada de carbono, empresas que mais se repetem nos fundos de sensibilização climática, valores que mais aparecem nas carteiras de fundos de soluções climáticas e empresas que estão mais presentes em produtos/tecnologia de energia limpa.
Fundos baixos em carbono
Como explicam da Morningstar, os fundos de baixo carbono tendem a ter carteiras bem diversificadas, com uma exposição extensiva a setores e ações. Todas menos duas das 20 ações mais representadas são de grande capitalização, e a rentabilidade média deste grupo fixou-se nos 31,8% em 2021, 12,7 pontos percentuais acima do Índice Morningstar Global TME. “Treze ações são classificadas como tendo um risco ESG insignificante ou baixo (representadas por 5 ou 4 globos, respetivamente), enquanto sete estão expostas a níveis médios de risco ESG. Quase todas as empresas do Top 20 (19 em 20) enquadram-se nas categorias de risco de carbono insignificante ou baixo”, sublinham.
Fundos de sensibilização para o clima
Os fundos de sensibilização para o clima são aqueles que selecionam ou se inclinam para as empresas que consideram as alterações climáticas na sua estratégia de negócio e, portanto, estão mais bem preparadas para a transição para uma economia de baixo carbono. Todas as ações mais populares neste tipo de produtos são de grande capitalização. Oito em cada 20 pertencem ao setor tecnológico. A rentabilidade média destas ações fixou-se pouco acima de 30% em 2021. “A NVIDIA superou a concorrência com uma valorização impressionante de 125% no ano. É uma empresa que projeta unidades de processamento de gráficos (GPU) para os mercados profissional e gaming. Todos os nomes que aparecem neste grupo estão expostos a níveis insignificantes ou baixos de risco de carbono. A maioria obtém baixas classificações de risco de ESG”, disse Morningstar.
Fundos de soluções climáticas
Os fundos de soluções climáticas são geralmente mais concentrados a nível setorial do que as outras categorias. Neste caso, as empresas industriais dominam. No entanto, a tecnologia, os serviços públicos, os materiais básicos e o consumo cíclico tornam os fundos de soluções climáticas ainda mais diversificados do que os produtos ou tecnologias de energia limpa. “Muitas soluções climáticas tendem a ter uma capitalização média e um viés para o growth. No que diz respeito ao risco de carbono, 15 ações caem na categoria insignificante ou baixa. Cinco têm um risco médio. A rentabilidade média das ações deste grupo fixou-se no 25,6% em 2021, liderada pela Johnson Controls International”.
Fundos de energia limpa/tecnologia
Os fundos de energia limpa/tecnologia tendem a concentrar-se a nível setorial, com a tecnologia, a indústria e os serviços públicos a dominarem a tabela. A Morningstar apurou que as pequenas e médias empresas representam dois terços das 20 ações mais comuns, uma subida de 35% em termos homólogos. “Isto resulta da queda do preço das ações (e da capitalização de mercado) de algumas destas empresas. Por exemplo, a Sunrun e a Canadian Solar passaram de mid-cap para small-cap durante 2021, na sequência do colapso dos preços das suas ações”.
Como revela a Morningstar, as carteiras de energia limpa/tecnologia têm frequentemente um risco de carbono mais elevado do que outros tipos de fundos climáticos. “Das 19 ações que obtiveram uma classificação de risco de carbono, em 11 é insignificante ou baixa, enquanto em oito o risco é médio. Da mesma forma, três das ações deste grupo têm altos níveis de risco ESG: Plug Power, Sunnova Energy International e SunPower”.
