As gestoras de referência no mundo do ESG

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Créditos: David von Diemar (Unsplash)

O investimento com critérios ambientais, sociais e de governance (ESG) está a ganhar muita velocidade na Europa. Segundo dados da Morningstar, no final do primeiro semestre do ano metade dos fluxos líquidos registados pela indústria tinham ido para fundos que se incluem nos artigos 8.º e 9.º. É uma tendência que se explica principalmente pela força que este fluxo de investimento está a adquirir no centro e norte da Europa. “Na Alemanha, França ou Holanda, se os seus produtos não estão incluídos nos artigos 8 ou 9 é mais difícil captarem dinheiro”, explica Rubén García Páez, responsável da Columbia Threadneedle para a Península Ibérica e América Latina, em entrevista à FundsPeople.

Os números são claros. No final de junho, havia 3,3 biliões de euros em fundos ESG na Europa. Isto representa um terço dos ativos geridos pela indústria na Europa. Nessa data havia exatamente 4.743 fundos que pertencem ao artigo 8.º, contra 545 que se incluem no artigo 9.º. Estes são dados da consultora PwC que prevê que dentro de quatro anos o património dos fundos dos artigos 8.º e 9 será de cerca de 7,6 biliões, ou seja, 57% do volume gerido pelo setor. “É de longe a mudança mais importante que vi na indústria nos meus 35 anos de carreira”, afirma Guy Henriques, presidente do Client Group da Capital Group na Europa e Ásia, em entrevista à FundsPeople.

Mas… quem é quem atualmente no mundo da sustentabilidade? Num relatório intitulado 2022 - The growth opportunity of the century, a PwC expõe a fotografia do final do primeiro semestre do ano.

1. As gestoras com mais ativos em fundos do Artigo 8º

Em meados do ano, a Amundi era a entidade com maior volume de ativos sob gestão no artigo 8.º. No total, 255 mil milhões de euros. Seguem-se a BlackRock (228.000 milhões de euros), a BNP Paribas AM (172.600 milhões de euros), a Swedbank (139.500 milhões de euros), a Nordea AM (129.300 milhões de euros), a Allianz Global Investors e a J.P.Morgan AM, com pouco mais de112.000 milhões de euros, respetivamente.

Fonte: PwC Global AWM Market Research Centre, Refinitiv Lipper.

2. As gestoras com mais fundos no Artigo 8º

Se o que é analisado são as gestoras com mais fundos no artigo 8º, a Amundi volta a liderar o ranking, com 265 produtos. Também nos lugares cimeiros estão a BNP Paribas AM e a Nordea AM, com 231 e 162 produtos, respetivamente, seguidas pela Eurizon Capital (135), NN IP (125), Allianz Global Investors (123) e BlackRock (102).

Fonte: PwC Global AWM Market Research Centre, Refinitiv Lipper.

3. As gestoras com mais ativos nos fundos no Artigo 9º

No que diz respeito ao Artigo 9.º, que mede o impacto dos investimentos e obriga a entidade a demonstrar o que faz para o conseguir, a Pictet AM é a gestora que, no final do primeiro semestre, tinha mais ativos (29.300 milhões de euros). Atrás ficou Candriam (18.800 milhões de euros), Robeco (15.300 milhões de euros), NN IP (15.100 milhões de euros), AXA IM (14.900 milhões de euros), BlackRock (14.300 milhões de euros), Amundi (13.800 milhões de euros) e Mirova, uma filial da Natixis IM, com 12.400 milhões de euros. No entanto, é importante notar que, somando o património dos fundos da Amundi com os da CPR Asset Management, uma filial que pertence a 100% à entidade, a Amundi seria a segunda no ranking, com 26.200 milhões de euros.

Fonte: PwC Global AWM Market Research Centre, Refinitiv Lipper.

4. As gestoras com mais fundos no artigo 9º

Em número de fundos, quem lidera o ranking é a Candriam, com 33 produtos, seguida da AXA IM (32), NN IP (28) e Amundi (21). No entanto, tal como no caso anterior, é importante notar que, adicionando aos 21 produtos da Amundi os 15 da CPR Asset Management, uma subsidiária independente cuja participação está nas mãos de 100% da Amundi, a empresa francesa lideraria a classificação, com 36 estratégias.

Fonte: PwC Global AWM Market Research Centre, Refinitiv Lipper.

5. Os ETF de referência no Artigo 8º

Dos 1.511 ETF que se comercializam na Europa, no final do primeiro semestre do ano, apenas 17,5% era produtos do artigo 8.º ou 9.º. No primeiro havia 228 produtos no final de junho, contra 36 no último. A nível patrimonial, apenas 11,7% dos ativos investidos em fundos cotados estavam nos fundos dos artigos 8.º ou 9.º.

No que diz respeito ao artigo 8º, os maiores ETF do mercado eram uma estratégia de ações americanas da iShares, um produto de obrigações corporativas americanas da State Street e outros dois produtos ESG da plataforma de ETF da BlackRock que replicam o MSCI World e o MSCI Europe.

Fonte: PwC Global AWM Market Research Centre, Refinitiv Lipper.

6. Os ETF de referência no Artigo 9º

Quanto aos fundos cotados abrangidos pelo artigo 9º, a fotografia é muito diferente. Os maiores produtos pertencem à BNP Paribas AM, à Lyxor e à Deka Investments. 

Fonte: PwC Global AWM Market Research Centre, Refinitiv Lipper.