As grandes empresas ESG recebem menos de metade das notícias negativas que as suas homólogas não sustentáveis

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Para analisar como a indústria se pode adaptar a estas alterações, a UBS AM organizou uma Primeira Edição do UBS PanorAMa dirigido a clientes institucionais. Ao fim e ao cabo, segundo explicou Álvaro Cabeza, responsável de desenvolvimento de negócio para a Península Ibérica da UBS AM, “até há alguns anos, os gestores de ativos não tinham de se preocupar com nada além de superar o benchmark, mas agora a conversa é diferente, e são obrigados a evoluir ou a inovar para que possamos ter sucesso”.

Uma dessas grandes inovações passa por incluir critérios socialmente responsáveis nos seus processos de investimento para tratar de apresentar soluções já não só aos investidores que procurem maximizar com as suas carteiras os rendimentos do mercado, mas também para quem queira fazê-lo de uma forma responsável. “A sustentabilidade é uma oportunidade de negócio porque o consumidor é quem procura pelo seu comportamento”, afirma Christine Gugolz, responsável de investimento e de impacto da empresa suíça.

Além disso, esta especialista encarregou-se de desconstruir a velha crença de que o investimento responsável é menos rentável que o tradicional. De facto, sublinhou que acontece precisamente o contrário entre outras coisas porque o risco reputacional das empresas que cumprem com os critérios ESG é muito melhor que o das empresas tradicionais, com o consequente impacto que tem num mercado que cada vez penaliza mais as más práticas empresariais. “No último ano foram publicadas 1.321 notícias negativas sobre as 20 maiores empresas do MSCI World face a um total de 612 que registámos nas 20 maiores empresas do MSCI World ESG”, afirma Gugolz.

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Tudo isto tem um impacto na cotação de uma empresa, que não apenas se reflete a curto como também a longo prazo, como demonstra este gráfico onde se vê como a inclusão do rácio SRI nos ETF que refletem diferentes índices mundiais, costuma ser sinónimo de uma maior rentabilidade ao longo do tempo.

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Além da importância que o investimento responsável  está a ter na indústria de gestão de fundos, durante o encontro da UBS também se debateu sobre os outros desafios que enfrenta a indústria como, por exemplo, o uso de big data e de outros avanços tecnológicos na hora de gerir. “Um exemplo do bom uso que pode ser dado a estes dados é que no final de setembro de 2018 optámos por mudar a sobreponderação em ações, para neutro porque vimos nas conference call das apresentações de resultados um sentimento muito negativo, apesar dos dados macro e os fundamentais continuarem a ser positivos”, afirmou Evan Brown, responsável de macro e estratégia de alocação de ativos da UBS AM.

De facto,Clemens Reuter, responsável global de gestão passiva da UBS AM, identificou a tecnologia como uma das grandes fontes de crescimento face aos próximos anos, com especial incidência no efeito que pode ter a gestão passiva, outra das grandes metas de crescimento para a gestora, já que acredita “que a transparência e a funcionalidade de um produto dependerão muito de como estiver construído o índice, é aí onde poderemos marcar a diferença”. Já para não falar da decisão da gestora pôr em marcha a sua própria fintech (UBS Partner) para chegar aos seus clientes que já não procuram apenas um produto, como também soluções mais personalizadas, adequadas aos seus perfis de risco e que lhes tragam uma boa experiência de utilizadores.