Seis meses após os problemas de liquidez que impactaram o Woodford Equity Fund, Gabriela Figueiredo Dias, Presidente da CMVM, partilhou com a Citywire as aprendizagens retidas deste episódio.
Ao longo do último ano o sector financeiro tem sido assolado com alguns casos relacionados com problemas de liquidez, em particular no Reino Unido. O mais ilustre destes exemplos trata-se do caso do Woodford Equity Fund, fundo que tem a marca do gestor estrela Neil Woodford. Findos seis meses desde o congelamento das transações dentro do fundo, a sua gestão já passou de mãos e o fundo prepara-se para iniciar uma nova era.
Questionada numa recente entrevista à Citywire sobre as lições do caso Woodford, Gabriela Figueiredo Dias, presidente da CMVM, assume que este episódio atuou como um aviso para o supervisor do mercado. “A primeira conclusão que retirámos é que a atividade da gestão de ativos pode vir a ter um impacto na estabilidade financeira”, começa por dizer a responsável à publicação admitindo que “com o caso Woodford não foi o que aconteceu, mas levou-nos a pensar que, um dia, tais problemas podem impactar essa estabilidade”.
Face a este tipo de situações, o regulador nacional tem tomado uma atitude proativa, ao “monitorizar de perto os fundos, a sua liquidez e a sua capacidade de enfrentar possíveis choques e eventos de resgate em massa”, explica Gabriela Figueiredo Dias. Além do mais, “estão a ser aplicados stress tests específicos à liquidez dos produtos das entidades, assim como stress tests mais gerais”, que nas palavras da presidente da CMVM “permitem aferir quanto à resiliência da sua liquidez em situações extremas - mas possíveis”.