Dados disponibilizados pela APFIPP mostram que a média está próxima dos 30%. Contudo, a dispersão é grande.
O mercado de fundos de pensões em Portugal, à semelhança dos segmentos de fundos mobiliários e de gestão de patrimónios, é liderado por um conjunto pequeno de entidades que concentram grande parte dos ativos.
Neste caso específico é a Ocidental Pensões que se destaca, com 5,35 mil milhões de euros em ativos, tendo adicionalmente consolidado a sua posição de liderança na primeira metade do ano.
Contudo, a gestão efetiva das carteiras de investimento que compõem os planos de pensões é delegada em grande parte a entidades gestoras de patrimónios e de fundos mobiliários, que assumem a responsabilidade de seleção dos melhores ativos para satisfazer as necessidades de risco, retorno e horizonte temporal de cada um dos planos de pensões.
Embora a decisão entre obrigações, ações ou alternativos seja tomada em resposta às necessidades específicas, a forma de veicular a exposição a esses ativos varia entre as diferentes casas gestoras, o que se reflete nos diferentes pesos que fundos de investimento, mobiliários ou imobiliários, apresentam no total da carteira.
Dispersão é grande
Recorrendo a dados da APFIPP de entidades associadas, observamos que em média, as carteiras dos fundos de pensões nacionais apresentam uma alocação ligeiramente inferior a um terço a fundos de investimento. Contudo, entidades como a BBVA Fundos, primam claramente pelo investimento direto em obrigações, recorrendo apenas aos fundos de investimento para alocar 15% do capital.
No lado oposto do espectro nacional, são os fundos de pensões da Victoria Seguros e SGF que se destacam, evidenciando ponderações de fundos de investimento no total das carteiras superiores a dois terços.
No entanto, acabam por ser algumas das grandes entidades nacionais, em virtude do seu volume, a surgirem como os grandes clientes da gestão de ativos de terceiros. A Ocidental, por exemplo, alocando 38% dos ativos a fundos de investimento, possui no agregado das carteiras um montante superior a dois mil milhões de euros nestes veículos de investimento. Segue-se a CGD Pensões, com 785 milhões de euros e a BPI Vida e Pensões, com 686 milhões de euros. Ainda acima dos 500 milhões de euros vemos a GNB - SGFP e a Futuro.
Não sendo contemplada no apanhado proporcionado pela APFIPP, a SGFP do Banco de Portugal gere um montante de quase dois mil milhões de euros, dos quais, segundo o relatório e contas da entidade e respetivos fundos, no final de 2017, o montante investido em fundos de investimento era inferior a 10%. Adicionalmente, se usarmos como referência a alocação executada na carteira de ativos da própria entidade gestora (inferior a três milhões de euros), o recurso a fundos de investimento acontece apenas para assumir exposição a mercados de ações e através de ETFs.