A Ásia, liderada pela China, continua a ser a região de maior crescimento económico, com setores-chave como a tecnologia e as energias limpas.
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Numa recente apresentação, Jian Shi Cortesi, gestora de ações chinesas e asiáticas da GAM Investments, destacou os fatores-chave que estão a moldar as oportunidades de investimento nestas regiões. Sublinhou o crescimento sustentado da Ásia como motor económico global e as atrativas valorizações das ações asiáticas. Também mencionou os efeitos positivos das políticas de apoio da China.
Analisou as oportunidades e riscos em mercados emergentes como o Vietname, a liderança tecnológica na Coreia do Sul e Taiwan. Também abordou as principais estratégias para identificar empresas com vantagens competitivas. Esta análise proporciona um guia claro para entender as atuais e futuras dinâmicas de investimento na Ásia, combinando perspetivas macroeconómicas, setoriais e geopolíticas.
O crescimento da Ásia como motor económico global
A Ásia, liderada pela China, continua a ser a região económica de maior crescimento a nível mundial, impulsionada por setores-chave como o consumo, a tecnologia e as energias limpas. No entanto, muitos investidores na Europa e nos Estados Unidos desconhecem em profundidade as empresas asiáticas, o que cria oportunidades significativas para encontrar valor.
Desde 2013, a GAM alcançou um retorno acumulado superior a 100%, superando índices como o MSCI China e o MSCI Asia ex Japão. Este sucesso reflete uma abordagem estratégica que prioriza setores-chave e equilibra objetivos de curto e longo prazo.
Fatores macroeconómicos e financeiros na Ásia
Entre os principais motores económicos da região em 2024 destacam-se as políticas de apoio implementadas na China. Estas incluem cortes das taxas de juro, aumento da despesa pública e subsídios ao consumo, concebidos para contrariar os desafios do mercado imobiliário e as tensões comerciais internacionais. Por outro lado, o contexto de liquidez global também favorece a Ásia, uma vez que as baixas taxas de juro nos Estados Unidos contribuíram para um contexto financeiro mais dinâmico.
Além disso, a transição estrutural na produção é notável, com as indústrias de baixo custo a migrarem para países como a Índia e o Vietname, enquanto regiões como a China, Taiwan e Coreia do Sul se posicionam em segmentos de elevado valor acrescentado, destacando-se no fabrico de semicondutores, automóveis elétricos e drones. As atuais valorizações das ações asiáticas, que se encontram em níveis historicamente baixos, representam uma oportunidade destacada, especialmente considerando um possível enfraquecimento do dólar norte-americano.

China: desafios e oportunidades num contexto global
O mercado de ações na China, após um retrocesso comparável à crise financeira de 2008, encontra-se num ponto de inflexão com um amplo potencial de recuperação apoiado por medidas governamentais. Entre os principais catalisadores estão as medidas do governo chinês, como as compras de ativos por parte de fundos soberanos, os programas de recompra de ações e os subsídios destinados a estimular o consumo.

Apesar disso, é ainda necessário um impulso claro para motivar os investidores de retalho, que conservam um volume significativo de poupanças em depósitos bancários. A longo prazo, o plano China 2035 prioriza áreas como a energia limpa, a inteligência artificial e a indústria transformadora avançada, o que reflete um compromisso estratégico para reforçar a inovação e diversificar a economia.
A resiliência das empresas chinesas face às tarifas norte-americanas evidencia a sua capacidade de adaptação, diversificando as cadeias de abastecimento e o fortalecimento de relações comerciais com regiões fora da Europa e da América do Norte. Setores como as energias renováveis e os automóveis elétricos continuam a mostrar um crescimento robusto, consolidando a posição da China como líder em várias indústrias estratégicas.
Seleção de empresas
A estratégia de seleção de ações da GAM centra-se na identificação de setores com elevado potencial de crescimento, tais como a tecnologia, as energias limpas e o consumo. Jian Shi Cortesi destacou que as empresas com vantagens competitivas sustentáveis, como a liderança tecnológica, os efeitos de rede ou marcas sólidas, são essenciais para criar valor. Adicionalmente, a GAM prioriza empresas com um historial comprovado de crescimento sustentado e valorizações atrativas, o que as torna opções sólidas para uma estratégia de longo prazo.
Nos mercados emergentes da Ásia, a GAM adota uma estratégia de alocação diferenciada, baseada nas condições económicas e nas perspetivas setoriais de cada país. O Vietname, por exemplo, seguiu um modelo de desenvolvimento semelhante ao da China e tem feito progressos significativos, embora enfrente desafios relacionados com a sua elevada dependência as exportações.
A GAM mantém uma sobreponderação na Coreia do Sul e em Taiwan, líderes tecnológicos em semicondutores, com empresas como a TSMC e a Samsung na vanguarda da inovação global neste setor-chave. Por outro lado, a Índia encontra-se ligeiramente subponderada devido às suas valorizações relativamente altas, embora mantenha um considerável potencial a longo prazo graças ao seu crescimento demográfico e económico. Esta abordagem de alocação reflete um equilíbrio estratégico entre riscos e oportunidades, maximizando o valor em cada mercado.