No caso da Assoreti, a Associação de Empresas de Consultoria para Investimento italianas, Marco Tofanelli, secretário geral, recorda um estudo recente, encomendado a uma empresa de consultoria independente, que demonstrou “a equivalência substancial dos custos médios cobrados aos clientes não profissionais nos países europeus - onde a consultoria é prestada numa base não independente - e a dos custos aplicados aos clientes não profissionais nos países em que o aconselhamento independente é obrigatório”.
Na sua opinião, a “consultoria remunerada com retrocessões é uma história de sucesso, que garantiu uma democratização do serviço, assegurando a possibilidade de acesso às proteções que a consultoria traz consigo, mesmo para grupos de clientes menos abastados que, com base nos inquéritos realizados, não estariam dispostos a suportar os custos de uma consulta exclusivamente mediante o pagamento de uma comissão”.
Segundo este mesmo profissional, já estão a ser estudadas soluções no sentido de melhorar a disciplina dos incentivos. Essas soluções, diz o responsável, “vão no sentido não só de uma ilustração mais clara para o cliente da natureza dos incentivos, mas também do reforço das condições que visam legitimá-los quando se justificam pela prestação de serviços que representam uma mais-valia para o cliente, de modo a neutralizar o risco para o cliente de receber recomendações inadequadas ou contra o pagamento de comissões injustificadas”.
A Comissária Europeia para os serviços financeiros Mairead McGuiness, diz o responsável italiano, foi uma das figuras a apontar nesta mesma direção, recentemente. “No passado dia 27 de abril proferiu um discurso em que anunciou que não haverá uma proibição total dos incentivos, dada a oposição da maioria dos Estados-Membros, mas que serão introduzidas obrigações de transparência reforçadas e condições mais rigorosas de legitimidade dos incentivos, juntamente com a proibição dos mesmos limitada a transações realizadas sob o regime de execução única, em que não existe prestação de consultoria ao cliente”, diz Marco Tofanelli.
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