Ativos em fundos mobiliários portugueses decrescem pela primeira vez desde março de 2020

O ano de 2022 não começou com boas notícias para a indústria de gestão de ativos. Depois de uma série de meses fantásticos para o mercado português de fundos, os ativos sob gestão em fundos mobiliários de domicílio nacional caíram pela primeira vez desde março de 2020. Os dados divulgados pela CMVM mostram um decréscimo de 394,6 milhões (-2%) no valor sob gestão dos fundos mobiliários face a dezembro. Já os fundos de investimento alternativo (FIA) viram o seu valor decrescer 0,9%.

Mais especificamente, o agregado dos organismos de investimento coletivo em valores mobiliários (OICVM) e dos FIA atingiu os 19.461,7 milhões de euros, que se reparte em 19.133,6 milhões de euros dos primeiros e 328 milhões dos segundos.

De facto, este mês de janeiro tem sido atribulado para os investidores. O primeiro mês do ano ficou marcado por uma maior volatilidade, em que quase todos os índices de ações de mercados desenvolvidos caíram e os índices de obrigações cederam para acomodar yields mais elevadas. Isto num ambiente de potencial subida de taxas de juro e, principalmente, de taxas de inflação mais elevadas.

Por tipo de ativos, o destaque do mês foi para a dívida pública nas carteiras. Mais concretamente, para a dívida pública nacional. O ativo cresceu 42,2%, somando mais de 95 milhões de euros de montante alocado pelos veículos.

Por outro lado, as unidades de participação de fundos estrangeiros decresceram, em termos percentuais, 2,7%. Em termos numéricos, este ativo vale agora mais de 7.020 milhões de euros nos portefólios.

Em 2022, a Santander Asset Management é a entidade nacional que dá o primeiro passo nas atividades de fusões ou incorporações. Assim, em janeiro, houve ainda a fusão por incorporação de dois fundos geridos por esta entidade: o Popular Global 50 e o Popular Global 75 foram incorporados no Santander Select Dinâmico. Um movimento que dá continuação à atividade que a gestora fez em dezembro de 2021.

Quotas de mercado

Já as quotas de mercado entre as maiores entidades em Portugal mostram que a Caixa Gestão de Ativos, a par da BPI Gestão de Ativos, foram as entidades que maior parcela conquistaram no mês de janeiro (0,04 pontos percentuais cada uma). Ainda que marginalmente, a Bankinter GA, a Invest Gestão de Activos, a IMGA, Montepio GA e Heed Capital foram as outras entidades que viram o seu peso crescer no mercado nacional.